Luiz Felipe Mendes*

O momento do Atlético não poderia ser melhor. Reinauguração de seu estádio, consolidação no G-4, marca de melhor goiano da Série B e dono do artilheiro do campeonato. Todos os fatores foram consequência do bom trabalho alcançado pelo elenco nas últimas rodadas, sobretudo no aproveitamento ofensivo, o segundo melhor do campeonato. O objetivo rubro-negro é obviamente o retorno à elite, mas repetir 2016 também não seria uma má ideia.

Há dois anos, o Dragão surpreendeu e levantou a taça da segunda divisão do Campeonato Brasileiro pela primeira vez na história. No ano seguinte, o plantel acabou sofrendo um desmanche e o clube não teve forças para fazer nada melhor do que a pior campanha na Série A de 2017. Desceu uma divisão e começou este ano como uma incógnita, fazendo fracos jogos tanto no Campeonato Goiano quanto na Copa do Brasil. Na Série B, as coisas não foram diferentes no início, mas o jogo virou para o Dragão.

O período da Copa do Mundo provavelmente foi o momento em que o Atlético passou de “equipe de meio de tabela” para postulante a uma vaga na Série A. É claro que ainda é muito cedo para definir se o time conseguirá manter o rendimento até o fim do torneio, mas já é uma boa reviravolta para o torcedor rubro-negro. O torcedor, inclusive, teve a felicidade de voltar a frequentar o Estádio Antônio Accioly, próprio do clube. A reestreia no local após oito anos foi bem positiva, com o Dragão derrotando o Coritiba e se afirmando no G-4, com gol solitário de Renato Kayzer.

O bom panorama que o Atlético está vivendo pode ser explicado em diversos fatores. O primeiro deles é a consistência ofensiva – o Dragão tem uma média de 1,52 gols por jogo – aliado à presença do artilheiro da Série B, Júnior Brandão, mesmo número do alviverde Lucão, com nove gols cada. O segundo elemento favorável é o equilíbrio nos duelos dentro e fora de casa. Em nenhum dos cenários o rubro-negro se destaca, mas ele está entre os dez melhores como mandante e como visitante.

O elenco recheado de alternativas é o terceiro fator determinante para a boa campanha do Atlético. Diante do Coxa, por exemplo, o comandante Cláudio Tencati não pôde contar com cinco jogadores, quatro deles considerados titulares. Com peças à altura e apostas que deram certo, como a entrada do jovem Denilson no ataque, o Dragão não sofre tanto quando precisa escalar reservas. A equipe espera poder colocar em prática todos os três tópicos para ficar mais perto dos objetivos traçados para 2018, e vai ter pela frente o Guarani amanhã, fora de casa, em confronto direto no pelotão de cima da Série B.