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domingo, 1 de setembro de 2024
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14ª Bienal Naïfs

Gari representa Goiânia em mostra de artes em São Paulo

O servidor Manoel Santos está entre os 121 artistas, de 21 estados, selecionados para exposição na 14ª Bienal Naïfs do Brasil

Postado em 21 de agosto de 2018 por Kamilla Lemes
Gari representa Goiânia em mostra de artes em São Paulo
O servidor Manoel Santos está entre os 121 artistas

Da Redação

O gari Manoel Santos está entre os 121 artistas, de 21 estados, selecionados para exposição na 14ª Bienal Naïfs do Brasil. O evento divulga a representatividade da criação primitiva, ingênua, espontânea e popular de artísticas autodidatas. A mostra teve abertura sábado (18) e recebe visitação até 25 de novembro no salão Sesc Piracicaba, em São Paulo, com entrada gratuita.

A obra selecionada “Ajuda Nois Humanos” com técnica acrílica sobre tela nas dimensões 60×80 cm, passou pelo crivo de avaliadores especialistas em artes. A comissão recebeu quase 1200 trabalhos, inscritos por 583 artistas. O gari Manoel é artista plástico primitivista-autodidata com várias premiações no gênero e é bastante conhecido no meio artístico com obras espalhadas pelo mundo todo.

A exposição é composta de bordados, desenhos, esculturas, gravuras, pinturas e vídeos elaborados por 107 artistas selecionados e 14 convidados e tem objetivo de destacar peças que simbolizam não apenas as relações do homem com a fauna e flora, além do sagrado e religioso, mas também a visão crítica, engajamento e resistência dos autores deste tipo de produção.

A mostra com o tema “Daquilo que escapa”, chama atenção para a transgressão do fazer artístico, desde o processo de criação, passando pelas linguagens e expressões dos autores que reclamam o seu lugar no sistema da arte contemporânea que ainda é elitista.  A curadoria é de Armando Queiroz, Juliana Okuda e Ricardo Resende.

Segundo Manoel, a definição de arte naïf deve extrapolar os conceitos já definidos e escapa à tentativa de compreender em definitivo esse segmento da produção artística. “Eu costumo brincar fazendo o trocadilho que nossa arte pode ser primitiva, mas não é ingênua porque nós fazemos duras críticas sociais a qualquer tipo de repressão”, argumenta.

A expressão “naïf” é francesa, que significa ingênuo ou primitivo, faz referência a um importante seguimento artístico formado por pessoas sem formação acadêmica. Esses artistas desenvolvem técnicas próprias sem regras estabelecidas e podem até improvisar materiais reciclados em suas telas.

O presidente Aristóteles de Paula, da Comurg, elogiou a arte do servidor Manoel, que mesmo sendo reconhecido, continua trabalhando como gari na limpeza urbana. “Acredito que muita inspiração para pintar as telas vem do trabalho que ele realiza durante o dia varrendo as ruas da capital”, comentou, enfatizando a importância das atividades lúdicas e artísticas para todos os servidores da Companhia. 

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