Cerca de 60 novos ônibus terão câmeras de segurança
Cerca de R$ 20 milhões foram investidos na aquisição dos novos veículos. Valor foi financiado por empresa especializada em transporte
Gabriel Araújo*
A partir da próxima segunda-feira (8) cerca de 60 novos ônibus devem começar a circular na divisa entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, os veículos fazem parte do plano de reestruturação da frota do transporte coletivo da Rápido Araguaia, uma das empresas que faz parte do consórcio responsável pela Capital e Região Metropolitana. Conforme informado pela Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), Goiânia tem uma frota com cerca de 1500 veículos. Sendo 600 somente da Rápido Araguaia.
Para o Diretor da Rápido Araguaia, Roberto Rabelo, os veículos da nova frota, que representam 10% da frota atual, devem trazer mais comodidade no transporte de passageiros. “O motor da nova frota é mais potente e com menor índice de gases poluentes. Todos os veículos possuem quatro câmeras monitoradas 24h e dispositivo de segurança nas portas, que só permite a abertura de portas ao parar e as mantém fechadas em movimento”, afirmou.
Ainda segundo ele, está é a primeira de cinco etapas que devem ocorrer até 2022. Sem dar mais detalhes, Rabelo confirmou que a próxima etapa deve ser realizada em 2019, com toda a frota sendo renovada nos próximos quatro anos.
Dados da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte Coletivo, da Câmara Municipal de Goiânia, afirmou em seu relatório que a frota da Capital é antiga, com média de 10 anos de uso, e indicou uma troca de veículos.
Segundo o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), com a divisa entre a Capital e Aparecida de Goiânia ter se tornado apenas uma avenida, é necessário a uma maior interligação entre as duas cidades. “Então nós temos reunido e discutido para a melhoria do transporte coletivo. Com esses 60 novos ônibus a intenção é melhorar a qualidade de vida dos passageiros.”, lembrou.
Eixo Anhanguera
Os ônibus do Eixo Anhanguera estão sucateados, muitos dos veículos utilizados contam com mais de sete anos de rodagem e a população reclama da falta de estrutura. Usuários enfrentam conduções lotadas, falta de segurança e iluminação, além do atraso em horários.
De acordo com dados exclusivos obtidos pelo O Hoje, através do portal da transparência, a Metrobus conta hoje com 133 ônibus articulados e biarticulados. Os valores dos veículos variam de R$ 840 mil a R$ 1,2 mi e todos foram adquiridos nos anos de 2011 e 2014.
O Hoje entrou em contato com a Metrobus, por telefone e e-mail, que afirmou que a “frota de ônibus é composta por 58 veículos articulados e 29 biarticulados, ano/modelo 2011, e 46, ano/modelo 2014, sendo estes últimos adquiridos para atender à extensão do Eixo até os municípios de Trindade, Goianira e Senador Canedo”.
Ainda segundo o órgão, toda essa frota atende à solicitação de 99 ônibus por dia, estabelecida na planilha de horários definida pela CMTC – Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos. “Tais veículos, assim como qualquer outro equipamento que seja submetido a um nível de serviço severo, não estão livres da ocorrência de falhas técnicas e mecânicas, de modo que o departamento de manutenção da empresa atua no sentido de corrigir tais problemas à medida que são verificados”, completa em nota.
O Eixo Anhanguera sofre ainda com a falta de manutenção no asfalto que compõe o percurso dos ônibus, o que gera buracos e coloca a vida dos passageiros em risco. Linha foi inaugurada em 1976 e é o segundo corredor específico de transporte coletivo do Brasil, sendo considerado um dos primeiros modelos dos atuais Ônibus de Transporte Rápido (BRT).
Em 2011, logo após o início da concessão de 20 anos vencida pela Metrobus Transporte Coletivo S/A, foram investidos cerca de R$ 4 milhões na restauração da pista central da Avenida Anhanguera, local por onde circulam os ônibus do transporte coletivo. No período o objetivo era substituir todo o asfalto da via, para acabar com os problemas estruturais.
Dados
Informações oficiais da RMTC constatam que a Capital é responsável por 74% de todas as viagens diárias realizadas na Rede Metropolitana de Transporte Coletivo. A segunda principal cidade é Aparecida de Goiânia, responsável por 17% das viagens, ao todo são realizadas todos os dias mais de 100 mil deslocamentos nos mais de 1.105 km de extensão de linhas que recebem o serviço.
De 2006 para cá o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia perde cerca de 25% dos usuários. Pesquisa aponta que, em 2006, as concessionárias contavam anualmente com mais de 235 milhões de usuários. Porém mais de 61 milhões de viagens deixaram de ser realizadas por ano. Apenas nos dias úteis, o índice é de queda em 22%, mas o pior ocorre aos domingos e feriados, quando quase a metade (47,3%) dos usuários deixam de utilizar os ônibus.
Situação dos abrigos requer mudança, usuários aguardam reforma
Os pontos de ônibus da Capital e Região Metropolitana estão abandonados. De acordo com dados da Rede Metropolitana de Transporte Coletivos (RMTC), somente a Capital tem mais de 1.400 pontos que não possuem abrigos, o que representa 42% do total. Além disso, é possível encontrar, em diversas regiões, pontos com abrigos comprometidos, em que as estruturas estão danificadas e não são seguros para a população.
No último mês de janeiro, a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) definiu a transferência do gerenciamento dos abrigos para os órgãos municipais. A ação partiu de uma proposta do atual secretário de Trânsito, Fernando Santana, e definiu que as prefeituras passem a cuidar dos abrigos de ônibus de cada cidade sem o apoio da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e RMTC.
De acordo com a prefeitura de Goiânia, em nota enviada ao O Hoje após questionamentos sobre pontos danificados, os trabalhos de reforma e implantação de abrigos devem começar em breve. “A Secretaria Municipal de Administração já finalizou o processo licitatório para a construção e reforma de 723 pontos de ônibus na Capital”, afirmou a nota.
Conforme informado pelo órgão, a ordem de serviço para a instalação de 223 abrigos e reforma de mais 500 foi assinada na última semana de setembro, pelo prefeito Iris Rezende (MDB), e os trabalhos serão realizados a partir de uma Parceria Público-Privada (PPP) que autoria a empresa a utilizar os locais para publicidade.
Para o titular da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Henrique Alves, o projeto consegue aproveitar a parceria para a criação de novos abrigos a baixo custo. “Estamos seguindo um modelo adotado por várias cidades do Brasil e do mundo, no qual empresas realizam a instalação e manutenção de equipamentos públicos em troca da utilização desses espaços para promoção de suas marcas”, afirma.
Segundo observado pelo Plano de Desenvolvimento Integrado, os pontos devem ser equipados como abrigo, iluminação própria, banco, lixeira, mapas e informações operacionais sobre a rede de transporte, o que é raro. Ao observar alguns pontos da cidade, é possível perceber que em muitos locais, mesmo com o ponto, é impossível mesmo sentar para aguardar os ônibus. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).