Mulher fica com broca dentro do corpo após operar o cotovelo
em nota, o hospital informou que não havia necessidade de retirar a broca porque ela “não comprometia a função” do membro e poderia ser extraída posteriormente, junto com os pinos
Katrine Fernandes*
A operadora de caixa Karine Fernandes foi surpreendida ao descobrir que uma broca foi esquecida dentro de seu corpo após uma cirurgia no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo a jovem, o objeto que tem cerca de 5 centímetros, foi descoberto porque mesmo depois de uma pouco mais de três meses do incidente, ela ainda sentia muitas dores. Ela foi a outro médico e descobriu a existência da broca.
Ainda segundo Karine, a operação foi realizada para colocação de pinos no cotovelo depois que ela sofreu um acidente de moto. Ela conta ainda que sofreu o acidente no início do mês de junho, em Água Limpa, no sul de Goiás, onde mora. No dia seguinte, foi encaminhada a Goiânia e ficou internada por dez dias até ser operada. Dois dias depois, recebeu alta e voltou para casa.
A jovem diz ainda que seguia sentindo dores no pós-operatório e tinha dificuldades até mesmo para conseguir fazer as sessões de fisioterapia.
“Achava que era normal porque a gente não tem conhecimento sobre isso. Mostrava as coisas para o médico e ele nunca falou nada. Então eu pensava que era normal”, lembra.
Agora, a família pretende entrar na Justiça contra o Hugo. O marido de Karine, Gean Aurélio, que também é seu advogado, disse que trata-se de um caso claro de negligência.
“Negligência e imprudência. A gente vai mover uma ação contra o estado porque tanto o hospital quanto o estado têm que ser responsabilizado e indenizar ela quanto um erro médico tão grosseiro desse”, afirma.
Em nota, o Hugo informou que não havia necessidade de retirar a broca porque ela “não comprometia a função” do membro e poderia ser extraída posteriormente, junto com os pinos, depois da consolidação da fratura (Confira abaixo).
Nota do Hugo
O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informa que, conforme protocolo médico, em episódios de rompimento de materiais sintéticos durante cirurgia, eles são retirados somente quando apresentam risco para o paciente. No caso de Karine Fernandes Ferreira da Silva, não houve necessidade de retirar o fragmento do insumo utilizado, pois ele não comprometia a função do cotovelo e seria retirado juntamente com o pino de fixação, após a consolidação da fratura e se estivesse causando transtorno funcional.
Katrine Fernandes é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob supervisão de Naiara Gonçalves.*