Ao abrigo da lei eleitoral, dirigente nacional do PROS se entrega
Ele estava sendo procurado desde a semana passada quando foi deflagrada a Operação Partialis
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Rafael Oliveira*
O presidente nacional do PROS, Euripedes Júnior, se apresentou à Polícia Federal (PF) na manhã de ontem em Brasília. Ele estava sendo procurado desde a semana passada quando foi deflagrada a Operação Partialis que apura desvio de recursos públicos federais destinados à saúde no Pará.
Apesar de ser alvo de mandado de prisão, Eurípedes Júnior não foi detido e também não prestou depoimento porque o período eleitoral não permite.
De acordo com o Código Eleitoral, nenhum eleitor pode ser preso, salvo em flagrante ou por condenação de crime inafiançável, a partir de cinco dias antes da eleição e dois dias depois de encerrada a votação, ou seja, a partir desta terça (23) até a próxima terça (30), Eurípedes não pode ser preso.
Eurípides estava sendo procurado pela PF e também estava com nome na lista da Interpol.
O advogado de Eurípedes, Bruno Pena, negou que o presidente do PROS estivesse foragido. A defesa informou, ainda, que está buscando revogar a ordem de prisão e que se isso não for possível, Euripedes vai se apresentar à PF na próxima terça-feira (30).
Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, que também é ex-vereador, é acusado de utilizar o dinheiro público para a compra de um helicóptero, mansões, um avião bimotor e de contratar funcionários terceirizados por meio de empresas de parentes com o dinheiro público.
Ao menos quatro denúncias contra Eurípedes são investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Uma delas se refere ao helicóptero da fabricante Robinson, modelo R-66, prefixo PP-CHF, avaliado em R$ 2,8 milhões, que é utilizado para os deslocamentos do ex-vereador da cidade de Planaltina de Goiás, local onde o Pros foi fundado, até uma casa que era usada pela legenda, no Lago Sul. Desde sua criação, em 2013, o partido, que só tem cinco deputados, já recebeu mais de 35 milhões do fundo partidário.
Eurípedes mantém duas casas em Planaltina, e uma gráfica que também pertence ao partido, de acordo com denúncias de ex-funcionários. Uma fonte contou a reportagem, na época, que motoristas do transporte irregular, que prestavam serviço para ele, foram usados em larga escala para recolher assinaturas na região para a criação do Pros. Ele também é acusado de fraudar documentos para convocação de assembleias extraordinárias. (*Especial para O Hoje)