Sistema de drenagem da Capital não está preparado para temporais
Especialista na área de saneamento ressalta que as causas de alagamento são descartar garrafas pet, sacolas e outros tipos de lixo de forma incorreta
Da Redação
Após as primeiras chuvas, a Defesa Civil (DC) identificou e já monitora 20 áreas de risco na Capital. Conforme o relatório, o caso mais grave é o da Vila São José, na região oeste de Goiânia, especialmente agora que as chuvas começam a se intensificar.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) afirma que realiza serviços de prevenção, dentre eles a limpeza de bocas de lobo e galerias, recuperação de ramais e construção de caixas de espera, e pede que a população evite jogar lixo na rua para não entupir o sistema pluvial.
Causas
Ao analisar os riscos e causas de alagamentos, Danillo Cunha, professor na área de saneamento do Centro Universitário Uni-Anhanguera e tecnólogo em Gestão Ambiental, também ressalta que velhos hábitos, como descartar garrafas pet, sacolas e outros tipos de lixo de forma incorreta, prejudicam o escoamento das águas pluviais. “O resíduos entopem as bocas de lobo e outros equipamentos de drenagem, e a água não tem para onde ir”, observa Danillo.
O professor alerta, porém, que alguns bairros de Goiânia ainda não possuem bocas de lobo e bueiros. “O sistema de drenagem da cidade ainda é insuficiente, potencializando a ocorrência de alagamentos, inundações, erosões, deslizamentos e até de desabamentos”, conclui.
Outro fator, segundo Danillo, é que a Capital goiana é uma cidade muito impermeabilizada. “Os quintais com terra e plantas são cada vez mais raros,as famílias preferem cimentar essas áreas, dá menos trabalho para cuidar”, finaliza.
O outro fator, relacionado ao aquecimento global, é que a estação chuvosa está cada vez menos prolongada e mais intensa, de acordo com o professor. “Chove em um dia o esperado para uma semana, as chamadas trombas d’água.Nosso sistema de drenagem não comporta a força das águas”, relata.
Legislação
A legislação municipal prevê regras para promover a retenção e a infiltração para manter o hidrograma natural, a reposição do lençol freático e licenças para loteamentos.”A ocupação desordenada, o assoreamento dos rios, a falta de um política para gerir resíduos, porém, imperra o cumprimento das normas”, todos esses fatores aumentam o risco de desastres naturais.