O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

segunda-feira, 25 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Transporte

Construção do BRT causa prejuízos ao comércio de Goiânia

Obras de construção do BRT seguem, mas podem ser prejudicadas novamente pelo período de chuvas

Postado em 25 de outubro de 2018 por Sheyla Sousa
Construção do BRT causa prejuízos ao comércio de Goiânia
Obras de construção do BRT seguem

Gabriel Araújo*

A construção da via exclusiva para o Bus Rapid Transit (BRT), obra que deve ligar Goiânia à Aparecida de Goiânia, segue de forma lenta devido à chegada do período de chuvas e afeta o comércio por onde passa. De acordo com empresários da região próxima ao Terminal Recanto do Bosque, a interdição das vias para a continuação da construção já fez as vendas caírem pela metade nos últimos 40 dias.

Para Ana Carolina Borges (nome fictício), a interdição da pista que dá acesso ao restaurante em que trabalha dificulta a chegada dos clientes. “Aqui a gente já perdeu mais de 40% das vendas por causa do fechamento da rua. Já teve até uma cliente que caiu aqui na frente por causa da lama e da altura que ficou quando eles tiraram o asfalto”, conta.

Atualmente as obras se encontram em um trecho da Avenida Oriente, no Setor Morada do Sol e buscam criar a entrada e saída dos ônibus articulados no Terminal Recanto do Bosque. “Desde quando começaram a pararem o trânsito aqui as coisas pioraram, e ainda tem todo esse barro que desse a avenida a atrapalha todo mundo”, completa Ana Carolina.

O BRT, quando pronto, deve contar com 28 veículos articulados e 65 convencionais divididos em quatro linhas para atender cerca de 120 mil pessoas por dia. Segundo o Consórcio BRT, as obras estão sendo executadas no trecho Norte entre o Recanto do Bosque e a Praça do Trabalhador, com alguns trechos sendo finalizada a implantação da via. Esta etapa, conforme o órgão, está prevista para ser entregue no fim deste ano. “Sobre os recursos, a Secretaria de Infraestrutura de Goiânia reforça que todos estão garantidos para a conclusão do trecho”, completou.

Com o termino das obras inicialmente previsto para o fim do primeiro semestre de 2017, os trabalhos do BRT ficaram paralisados por quase um ano devido a irregularidades na licitação e na própria obra. No último mês de março o atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), assinou o termo de serviço com as alterações previstas pelo Termo de Ajustamento de Conduta do Ministério Público Federal (MPF), o que previu a entrega final apenas para outubro de 2020, daqui cerca de dois anos.

Na época em que o termo foi assinado, o prefeito afirmou que a primeira parte do trecho entre o setor Balneário Meia Ponte até a Rodoviária seria entregue até o aniversário da Capital (ontem), mas até a ultima terça-feira (23) homens ainda estavam trabalhando na via ainda incompleta.

De acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia devem adotar um plano de obras que contemple a completa conclusão do Subtrecho Norte do trecho II, entre a Avenida Independência e o Terminal Recanto do Bosque, antes de dar início às obras do Subtrecho Sul, entre a Avenida Independência e o Terminal Isidória e as obras do Trecho 01, que deve ser licitado novamente.

Anunciada em 2015, obra de mobilidade acumula problemas  

O Bus Rapid Transit (BRT) foi anunciado em 2015, em uma parceria entre Governo Federal e Municipal, para uma obra orçada em cerca de R$ 242 milhões. Quando completo, o corredor terá 21,8 km de extensão e ligará a região norte da Capital à Aparecida de Goiânia, passando por, pelo menos, 148 bairros da Capital e de Aparecida de Goiânia. A expectativa é de que mais de 120 mil pessoas usem o transporte diariamente, sendo até 15 mil somente no horário de pico.

De acordo com a prefeitura, um dos diferenciais do projeto para o sistema é o aumento médio na velocidade dos coletivos, que deve passar de 14 km/h para 28 km/h. O sistema foi criado para ligar as regiões noroeste, a partir do Terminal Recanto do Bosque, e sudoeste, chegando ao terminal de Integração Cruzeiro do Sul, na divisa com Aparecida de Goiânia. 

Entre as principais avenidas que fazem parte do trajeto estão a Avenida Rio Verde, Avenida 4ª Radial, Avenida Goiás, Avenida Lúcio Rebelo, Rua Oriente e, para que a velocidade média dos veículos possa aumentar, serão retirados alguns semáforos e pontos de cruzamentos.

BRT Goianiense

O Eixo Anhanguera é a atual maior linha de ônibus da Grande Goiânia, foi inaugurada em 1976 e é o segundo corredor específico de transporte coletivo do Brasil, sendo considerado um dos primeiros modelos dos atuais Ônibus de Transporte Rápido (BRT).

Contando com 13,5 km de extensão e 43 anos desde sua implantação, tem cinco terminais e 19 estações elevadas de embarque e desembarque que sustentam um sistema que transporta mais de 250 mil pessoas por dia. De acordo com a Metrobus, as linhas de ligação que partem dos terminais representam 35% do total da rede. Ainda segundo o órgão, dos 18 municípios que compõe Rede Metropolitana de Transporte Coletivo, 15 possuem linhas que integram diretamente nos terminais do Eixo Anhanguera, tornando o sistema o mais importante da Grande Goiânia.

Em 2011 a Metrobus Transporte Coletivo S/A venceu a licitação e obteve a concessão de toda a extensão do Eixo Anhanguera por cerca de 20 anos. Logo no início da concessão, a Metrobus investiu cerca de R$ 4 milhões na restauração da pista central da Avenida Anhanguera, local por onde circulam os ônibus do transporte coletivo. No período, o objetivo era substituir todo o asfalto da via, para acabar com os problemas estruturais.

Vias Estruturais

Além do Eixo Anhanguera, Goiânia conta com diversas avenidas e vias que buscam melhorar o trafego de veículos. A Marginal Botafogo é uma dessas vias, que conta com mais de 13 quilômetros e ajuda a facilitar o fluxo no centro e regiões sul. Além dela, existem a Avenida Leste-Oeste e o projeto da Avenida Cascavel, que devem melhorar o acesso À Senador Canedo, Trindade e Aparecida de Goiânia, diminuindo o fluxo de carros em vias como a BR-153.

A construção da Avenida Leste-Oeste, que tem projetos datados dos anos de 1970, é o caso mais emblemático de construção viária na Capital. A Avenida seria construída sobre o leito da antiga Ferrovia Goiás e já tinha um orçamento e planejamento completo. 

Apesar dos projetos iniciais, o atual planejamento começou em 1997, com a via partindo do prédio da Câmara Municipal de Vereadores e seguindo até a Avenida Bernardo Sayão, no Setor Fama. Até o momento o projeto não foi completo e somente o sentido oeste da via foi construído, com o tempo, construções tomaram o entorno da antiga ferrovia e se tornaram obstáculos para a conclusão da obra.

Desde o início do último semestre, a gestão municipal tenta alterar o projeto para conseguir a liberação da verba federal. A mudança estipulada faria uma parte da obra ser construída em via subterrânea e prevê, ainda, a desapropriação dos lotes invadidos no entorno da antiga ferrovia. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).

 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.