Promotoria turca pede extradição de sauditas
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, insistiu hoje em que a única maneira que Riad tem de “limpar a mancha da suspeita” do assassinato de Khashoggi
A Promotoria de Istambul, que comanda a investigação do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, expediu, nesta sexta-feira (26), a solicitação formal de extradição dos 18 cidadãos sauditas supostamente envolvidos no caso e detidos na capital da Arábia Saudita, Riad.
O escritório do promotor enviou o pedido de extradição através do Ministério de Justiça ao Departamento de Exteriores turco, para que este a envie à Justiça da Arábia Saudita, informou a agência local Anadolu.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, insistiu hoje em que a única maneira que Riad tem de “limpar a mancha da suspeita” do assassinato de Khashoggi é extraditar os suspeitos para que sejam julgados na Turquia.
O ministro de Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, ressaltou ontem que, mesmo que o consulado em Istambul, onde supostamente foi cometido o assassinato, seja território saudita, segundo a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, o mesmo tratado prevê que os suspeitos de um crime sejam julgados no país no qual fica a delegação.
Crime
O jornalista sumiu após entrar, no último dia 2, no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para resolver questões burocráticas. Khashoggi fazia oposição ao governo saudita e criticou diretamente o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman e o rei Salman.
No mesmo dia do desaparecimento de Khashoggi, horas após o jornalista ter entrado no consulado, um comboio de seis veículos saiu do edifício diplomático e seguiu para a residência do cônsul, segundo informações da imprensa turca com base em imagens de câmeras de segurança.
O governo da Turquia se negou a comentar os rumores da imprensa, segundo os quais Khashoggi foi torturado, assassinado e inclusive esquartejado no consulado. (Agência Brasil)