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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Prevenção

Vacinas contra o ebola: resposta imune duradoura

Pesquisadora diz que descobertas servirão para decidir estratégia usada para proteção duradoura, por exemplo, de trabalhadores em áreas de risco contínuo

Postado em 31 de outubro de 2018 por Sheyla Sousa
Vacinas contra o ebola: resposta imune duradoura
Pesquisadora diz que descobertas servirão para decidir estratégia usada para proteção duradoura

Um estudo apresentado nessa segunda-feira (29) na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH) mostrou que três vacinas experimentais contra o ebola, uma delas utilizada para combater o atual surto do vírus na República Democrática do Congo, conseguiram gerar uma resposta imune duradoura e que persiste por pelo menos dois anos e meio.

A pesquisa, divulgada no encontro que ocorre em Nova Orleans, nos Estados Unidos, também pode ajudar a acelerar o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças com potencial epidêmico. De acordo com a professora e imunologista Katie Ewer, da Universidade de Oxford, o estudo avaliou a duração do efeito por meio de exames de sangue de voluntários saudáveis, que tinham recebido uma das três vacinas há mais de dois anos. Essa análise mostrou que as três vacinas ainda estavam produzindo anticorpos contra o vírus do ebola dois anos e meio depois da imunização.

Uma das vacinas, desenvolvida pelo grupo farmacêutico Merck, está sendo utilizada na República Democrática do Congo, onde um surto de ebola que começou há quase três meses na região noroeste do país já contabiliza 266 possíveis casos, incluindo 168 mortes, segundo os números oficiais mais recentes.

De acordo com Katie, que trabalhou na pesquisa com profissionais da Universidade de Glasgow, as descobertas servirão para decidir “qual a estratégia deve ser usada para uma proteção duradoura, por exemplo, de trabalhadores da saúde em áreas de risco contínuo”.

Durante o surto registrado entre 2013 e 2016 na África Ocidental, as equipes médicas não tinham a opção de se vacinar, e essa foi uma das razões pelas quais foi tão difícil conter a propagação do vírus. Muitos desses trabalhadores tinham grande exposição ao contágio e morreram depois de serem infectados por pacientes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), naquela epidemia de ebola pelo menos 11.300 pessoas morreram e mais de 28.500 se contagiaram.

Agora, conforme a professora, é preciso observar se a permanência da resposta pode melhorar quando uma dose de reforço é administrada depois de três ou quatro anos da imunização inicial.

“Estudaremos isso em um trabalho adicional no ano que vem no Reino Unido e no Senegal”, detalhou.

Além desse aspecto, o estudo divulgado hoje apresentou evidências de que uma das plataformas de vacinas utilizadas para o ebola pode ser adaptável à luta contra outras doenças virais letais. Atualmente, o Instituto de Pesquisa de Vacinas Edward Jenner, da Universidade de Oxford, trabalha com enfoque similar para desenvolver imunização contra três doenças: a infecção causada pelo vírus Nipah, a Febre de Lassa e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio. (Agência Brasil) 

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