Comunidade científica põe fim ao padrão físico do quilograma
A comunidade científica mundial aprovou nesta sexta-feira (16) a maior revisão do Sistema Internacional de Unidades (SI) desde sua instauração em 1960, com a redefinição de quatro de suas sete unidades e o abandono do padrão físico do quilograma. A partir de 20 de maio de 2019, Dia Mundial da Metrologia, quando entrará em vigor […]
A comunidade científica mundial aprovou nesta sexta-feira (16) a maior revisão do Sistema Internacional de Unidades (SI) desde sua instauração em 1960, com a redefinição de quatro de suas sete unidades e o abandono do padrão físico do quilograma.
A partir de 20 de maio de 2019, Dia Mundial da Metrologia, quando entrará em vigor o novo sistema, a unidade básica de peso não estará definida pelo cilindro guardado há 130 anos nos arredores de Paris, que será substituído agora por uma fórmula matemática.
A resolução foi aprovada por unanimidade pelos delegados dos 60 Estados-membros do Escritório Internacional de Pesos e Medidas com direito a voto no fechamento da 26ª Conferência Geral, após três dias de debates.
“Este congresso ficará na história como o maior evento para a metrologia porque marca uma transformação radical no sistema-base para a ciência e o intercâmbio econômico global”, afirmou durante a conferência o presidente da Academia de Ciências da França, Sébastien Candel.
O quilograma era o último sobrevivente definido por um objeto físico, um cilindro de platina e irídio conhecido como o “Grande Quilo” que, segundo os cientistas, tinha perdido, por motivos desconhecidos, 50 microgramas.
A partir de agora, o quilo será definido em relação à constante de Planck, central na teoria da mecânica quântica e que deve o nome a um de seus pais, o físico e matemático alemão Max Planck.
Junto à unidade básica de massa, o congresso também acordou a redefinição de outras três unidades em função de constantes universais invariáveis: o ampère, o kelvin e o mol, enquanto o metro e a candela não mudam, mas terão suas definições reformuladas.
A revisão adotada hoje fornecerá maior precisão em âmbitos como a administração de remédios, análises médicas, sistemas de navegação por satélite e competições esportivas e garantirá trocas comerciais mais equitativas no mercado mundial. (Agência Brasil)