Traficante brasileiro mata jovem dentro de prisão, no Paraguai
Lidia Meza Burgos, de 18 anos, foi atingida por 17 golpes de faca
O narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, mais conhecido como Marcelo Piloto, matou uma jovem de 18 anos a facadas, dentro de sua cela no presídio em Assunção, no Paraguai. O boletim foi registrado pela polícia neste sábado (17).
Segundo o jornal local ABC Color, e o promotor Hugo Volpe, que está no caso, o crime foi uma medida extrema de Piloto para impedir sua extradição ao Brasil, que foi autorizada pela Justiça do Paraguai em 30 de setembro. Ele é integrante da facção Comando Vermelho (CV), do Rio.
Lidia Meza Burgos, de 18 anos, visitava Marcelo Piloto pela segunda vez, de acordo com a polícia. Por volta das 14h, agentes ouviram gritos vindos da cela de Piloto, e encontraram a mulher caída no chão, ensanguentada. Ela foi encaminhada para atendimento médico, mas não resistiu. Marcelo Piloto atingiu a jovem com uma faca de mesa, com 17 golpes. O corpo de Lidia passou por perícia e foi levado ao necrotério oficial.
A Justiça do Rio condenou o traficante a uma pena de 26 anos de prisão. A ficha criminal de Piloto inclui crimes de homicídio, tráfico e associação para o tráfico, latrocínio e roubos. Estava escondido há anos no Paraguai, de onde enviava armas, drogas e munição para abastecer as favelas dominadas pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro. Chefiava o tráfico de drogas em comunidades e favelas. No Paraguai, está preso desde dezembro de 2017, por homicídio e falsificação de documentos, mas foi aberto um processo para sua extradição, atendendo a pedido da justiça brasileira.
Extradição
Segundo a imprensa paraguaia e o promotor Volpe, que está atuando no caso, o assassinato da jovem seria uma tentativa de piloto de evitar extradição ao Brasil. Na última sexta-feira (16), a Justiça negou o pedido da noiva de Piloto, Marisa de Souza Penna, de se casar com ele na prisão. Ela também está reclusa, e o casamento poderia dificultar sua extradição.
Piloto havia dado uma entrevista denunciando pagamento de propina a autoridades policiais em troca de proteção. A advogada dele, a argentina Laura Marcela Casuso, que organizou a coletiva, foi assassinada a tiros na última segunda –feira (12), em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.
Se confirmada a autoria do assassinato, Piloto terá de responder ao inquérito, o que dificultará a extradição.