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terça-feira, 4 de março de 2025
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ESPETÁCULO

Projeto ‘Um Conto, Dois Encontros…’ se encerra nesta quarta

‘O Príncipe Feliz’, adaptação do conto de Oscar Wilde, será apresentado, hoje, no Caps da Região Noroeste

Postado em 28 de novembro de 2018 por Sheyla Sousa
Projeto ‘Um Conto
‘O Príncipe Feliz’

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SABRINA MOURA*

O espetáculo O Príncipe Feliz, adaptação do conto de Oscar Wilde, será apresentado nesta quarta-feira (28) no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da Região Noroeste. A ocasião encerra o projeto de circulação Um Conto, Dois Encontros…, que é financiado pela Lei Goyazes e tem como proposta promover o encontro do público com o espetáculo tanto no teatro como fora dele.

A peça passou duas vezes pelo Teatro Sesc, e, depois, pelo Bosque dos Buritis e Teatro Cidade Livre. Essas apresentações realizadas por Rita Alves e Caco Rodrigues fizeram parte da circulação da peça, que também passou pela Associação de Serviço à Criança Especial de Goiânia e pelo Ponto de Cultura Raio de Sol, em Aragoiânia.

A adaptação e dramaturgia do conto foram realizadas por Rita Alves a partir da sua experiência no teatro. “Quando se parte de uma literatura, fazendo dela uma adaptação para o teatro, o que se transmite é como ela me toca e por que me tocaQuem quiser conhecer o conto original pode ler a obra, já a adaptação é o que o conto provocou em mim. É a minha visão do contato com esse conto que é colocado em cena”, explica Rita.

O projeto Um Conto, Dois Encontros… tem como proposta ir do Centro à periferia contemplando diferentes públicos. Guiado pela ideia de descentralização cultural, o projeto contempla apresentações em espaços alternativos atingindo, assim, comunidades que não têm acesso a atividades culturais artísticas. “A ideia era fazer uma adaptação do conto do Oscar Wilde para o teatro, usando de todos os seus recursos, e, a outra versão, para espaços alternativos, não perdendo a essência do que gostaríamos de passar. Trabalhamos o teatro também em uma linguagem para a rua e espaços alternativos”, conta Rita. “Adaptamos a encenação que fizemos para o teatro, não perdendo tanto da sua magia e poética, para apresentar em espaços que não sejam o teatro. Por meio do projeto, objetivamos encontra o público tanto no teatro como fora dele”, completa ela. 

Utilizando da linguagem da ‘palhaçaria’ e do teatro de animação, os atores vão falar do encontro entre uma artista de rua, que quer o estrelato e está a caminho da cidade do show business, com a estátua do Príncipe Feliz, que é feliz apenas no nome. Longe dos muros do palácio, foi colocado em um pedestal que pôde contemplar todo o sofrimento de seu povo. Dele se apieda, por ele é mortificado, mas nada pode fazer para minorá-lo. Para falar deste encontro, o elenco trabalha com comicidade, drama e poesia.

A peça

O espetáculo é uma livre adaptação do conto O Príncipe Feliz, de Oscar Wilde, escrito em 1888. Mais de 130 anos depois, o conto expressa tamanha atualidade ao falar da natureza humana e de suas máscaras mais primordiais. “Estamos num período de muita polaridade, em que a capacidade de se deixar afetar pelo outro; se colocar no lugar do outro está cada vez mais difícil. Existe uma idealização do que é ter sucesso, ser uma pessoa realizada, uma pessoa que ‘chegou lá’. O espetáculo, assim, faz um convite ao espectador a se perguntar o que realmente importa para si”, adianta Rita, responsável pela adaptação do conto à dramaturgia.

A plateia pode esperar, assim, um espetáculo onde há o poético, o drama e o cômico para falar do humano. “Queremos, assim, tocar o espectador para que ele possa acessar ‘lugares’ que, na correria pela sobrevivência, estejam meio esquecidos”, comenta Rita. 

Para adaptar o conto ao espetáculo, a atriz e coordenadora do projeto também usou outros dois contos de Oscar Wilde, O Rouxinol e a Rosa e O Aniversário de Infanta que, juntamente com o texto de Rutebeuf- Pregão das Ervas do século 13, alguns trechos de poesia de Fernando Pessoa e a poesia O Bicho, de Manuel Bandeira, compõem toda a dramaturgia do espetáculo. A encenação ficou a cargo de José Regino de Oliveira, ator e diretor graduado pela Fundação Brasileira de Teatro.

Sinopse

O Príncipe Feliz é uma estátua que foi colocada na praça da cidade em homenagem ao Príncipe Feliz após a sua morte. Ao ser colocada na praça, a estátua, que antes vivia rodeada pelos muros altos do palácio e não podia ver para além deles, vê e contempla a miséria do homem, e, se sentido impotente diante de tanto sofrimento, se entristece. A estátua estava ali, há séculos, e, neste tempo, via a cidade sendo abandonada, aos poucos, pelos seus habitantes, que se dirigiam às grandes cidades em busca de melhores oportunidades, deixando a cidade quase deserta. Mesmo a cidade estando quase deserta, toda noite o Príncipe a contemplava, do alto de seu pedestal, observando os poucos moradores que ali ficaram, e, na sua impotência diante de toda a miséria de seu povo, chorava.

Em um dia, ao cair da noite, surge Diadorinha, uma palhaça em busca do estrelato, que quer chegar à cidade do show business e se tornar uma grande estrela. Procurando um lugar para descansar, ela se depara com a estátua do Príncipe Feliz, e resolve passar a noite ali. No meio da noite, Diadorinha acorda pensando que está chovendo, quando percebe que é a estátua que chora. Após equívocos e estranhamentos o Príncipe vê, em Diadorinha, a possibilidade para amenizar um pouco o sofrimento de alguns moradores da cidade, fazendo de Diadorinha sua mensageira. Assim, o Príncipe doa o rubi de sua espada para uma mulher que está com o filho doente, um de seus olhos que são safiras raras para um homem que mora na rua e vive a comer restos, e o outro para uma menina que vende doces e deixou todos caírem na sarjeta. Diadorinha também ameniza a tristeza do Príncipe, fazendo para ele uma apresentação com um boneco corcunda.

Quando o Príncipe fica cego, Diadorinha, que estava sempre de partida, decide ficar com ele para sempre. Os dois estabelecem uma relação pautada pela poesia e a palhaçaria, que vai durar até o fim do espetáculom com o Príncipe pobre e nu, pois, doou também todo ouro que existia em seu ‘corpo estátua’. Neste momento, Diadorinha vai vesti-lo com sonhos, uma linda capa bordada com todos seus sonhos.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Espetáculo ‘O Príncipe Feliz’ – Encerramento do Projeto ‘Um conto, dois encontros…’

Quando: quarta-feira (28)

Onde: Caps Região Noroeste (Av. São Domingos, 1, Vila Mutirão I – Goiânia)

Horário: 15h30

Entrada gratuita

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