Detento pedia ‘resgate de veículos’ de dentro da cadeia
Um presidiário chefiava toda uma quadrilha que foi desarticulada nos estados de Goiás, Paraná e no Distrito Federal. A organização criminosa é suspeita de aplicar golpes em vítimas de furtos e roubos de veículo. A operação, que foi nomeada de “Boa na linha” relata que o responsável por comandar as ações, de dentro do presídio […]

Um presidiário chefiava toda uma quadrilha que foi desarticulada nos estados de Goiás, Paraná e no Distrito Federal. A organização criminosa é suspeita de aplicar golpes em vítimas de furtos e roubos de veículo. A operação, que foi nomeada de “Boa na linha” relata que o responsável por comandar as ações, de dentro do presídio de Luziânia, a 209 quilômetros de Goiânia, recebia informações dos veículos roubados e fazia o contato com as vítimas.
Com mais de 70 policiais civis, 20 mandados judiciais, 12 de prisão temporária e oito de busca e apreensão foram expedidos. De dentro do presídio, o suspeito ligava para as vítimas e pedia um resgate pelos veículos que estavam em poder dos criminosos, o que dependia do modelo do veículo, com valores para o resgate de R$ 1 mil a R$ 7 mil. As vítimas que depositavam o dinheiro para os criminosos, caiam, então, em um segundo golpe. Perdiam, assim, o carro e o dinheiro do resgate.
O trio suspeito, de acordo com a Polícia Civil (PC), foi preso em 2005 acusado do mesmo golpe, quando, em posse de veículos oriundos de furtos e roubos, entravam em contato com as vítimas para pedir o resgate desses veículos, gerando maior prejuízo aos que já tiveram seus carros subtraídos.
Um levantamento da Polícia Civil aponta que a organização criminosa aplicava, em média, 10 golpes por semana. As vítimas identificadas na operação são de Goiás, São Paulo e Paraná. Agora a investigação se concentra em identificar os proprietários das contas bancárias cujos resgates em dinheiro eram depositados.
Outros casos
Pelo menos quatro casos envolvendo grupos de presos que comandam o mundo do crime fora das cadeias ganharam repercussão neste ano em Goiás. Usando celulares ou recados, os criminosos influenciam direta e indiretamente o mercado do tráfico no Estado.
Homicídios e roubos também são comandados pelos presos. Em novembro, um grupo de 18 integrantes foi preso suspeito de participar de uma facção criminosa que cometia os crimes em Goiás. (Thiago Costa)