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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Supostos abusos sexuais

Médium João de Deus completa um mês na prisão e Justiça nega pedido pela liberdade

Ele é acusado por abusos sexuais e indiciado pela Polícia Civil por posse ilegal de arma de fogo

Postado em 16 de janeiro de 2019 por Redação
João de Deus está em sala individual de 120 m² sem grades
Os advogados criticaram o reencarceramento de João de Deus e o consideraram “uma verdadeira crueldade”

Eduardo Marques*

Nesta quarta-feira (16/01) completa um mês que o médium João de Deus está preso, acusado de crimes sexuais durante tratamentos espirituais em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Denunciado duas vezes pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) por abusos sexuais e indiciado pela Polícia Civil por posse ilegal de arma de fogo, o líder espiritual está sozinho em uma cela do Núcleo de Custódia em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital. Relembre a trajetória desde às denúncias de vítimas:

7 de dezembro

Treze mulheres relataram ter sofrido abusos sexuais do João de Deus durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Elas foram divulgadas no programa Conversa com Bial. Outras três foram reveladas pelo jornal O Globo. Na data, a assessoria de imprensa de João de Deus afirmava que “rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos.”

8 de dezembro

Depois que o caso veio à tona, o MP pediu para que quem se sentisse vítima do médium, procurasse o órgão para denunciá-lo. À época, a promotora Silvia Chakian ressaltou que compreendia a demora de as vítimas denunciarem os abusos e, por isto, considerava fundamental o fato de não se ter prazo para registrar estes crimes.

9 de dezembro

O advogado Alberto Toron se pronunciou como defesa do médium. Ao programa Fantástico, o mesmo disse que João de Deus “muito enfaticamente nega” as acusações de abuso sexual de dezenas de mulheres.

14 de dezembro

A Justiça de Goiás decretou a prisão do religioso, em Abadiânia, após denúncias de abusos sexuais. Após a decretação, a Polícia Civil fez buscas em mais de 20 endereços, sem localizar o médium.

16 de dezembro

Depois de mais de 300 contatos de vítimas, e após a Polícia Civil fazer buscas em mais de 30 endereços, o médium João de Deus se entregou em uma estrada de terra em Abadiânia, na região central de Goiás. Depois ele foi transferido para Goiânia, prestou depoimento e foi levado ao Complexo Prisional, onde está preso até hoje.

18 de dezembro

A Polícia Civil fez buscas na Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia atendimentos, apreendeu documentos e fez perícia em locais onde supostamente ocorriam os abusos. No mesmo dia, a Justiça negou o habeas corpus para o médium.

19 de dezembro

Polícia apreendeu R$ 400 mil em dinheiro e armas na casa do João de Deus. Os valores estavam em moedas nacionais e estrangeiras dentro do quarto dele. Um vídeo mostra momento em que policiais acham dinheiro escondido em fundo de armário de João de Deus.

20 de dezembro

O líder espiritual João de Deus foi indiciado pela Polícia Civil por violação sexual mediante fraude e a defesa entrou com um novo pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF).

21 de dezembro

A Polícia Civil faz novas buscas e apreende esmeraldas, medicamentos e mala com dinheiro em três endereços ligados a João de Deus. Nesta mesma data, a Justiça deu nova ordem de prisão contra João de Deus por posse ilegal de armas. 

22 de dezembro

A Polícia Civil divulgou que a mala com dinheiro achada em porão escondido de casa de João de Deus tinha R$ 1,2 milhão. 

26 de dezembro

João de Deus prestou depoimento no Ministério Público de Goiás e, segundo advogado, disse que não se lembra das mulheres que o acusam.

28 de dezembro

O MP-GO denunciou médium João de Deus pela primeira vez por violação sexual e estupro de vulnerável, em Abadiânia. Durante a tarde, a fazenda do médium foi invadida e alvo de vandalismo em distrito de Anápolis.

2 de janeiro

João de Deus passou mal na cadeia e foi levado para ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Ele teve um sangramento na urina durante uma consulta de rotina nas celas.

9 de janeiro

João de Deus prestou depoimento à Polícia Civil na cadeia em inquérito sobre posse ilegal de armas O advogado de João de Deus disse em que o médium afirmou que as armas achadas em casa dele eram de pessoas que queriam se matar.

10 de janeiro

João de Deus e a mulher foram indiciados pela Polícia Civil por posse ilegal de armas. 

14 de janeiro

João de Deus foi ouvido pelo MP pela 2ª vez e voltou a negar abusos de mulheres durante tratamentos espirituais.

15 de janeiro

O Ministério Público denunciou o médium pela segunda vez, por estupro de vulnerável e violação sexual, e fez novo pedido de prisão. 

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