Isabela Martins*

A Ferrovia de Integração Centro Oeste ligará o município de Campinorte, no norte do Estado, até Água Boa, no Mato Grosso. Segundo o governador Ronaldo Caiado, a ferrovia pode criar uma nova forma para o escoamento de grãos no Estado. A nova linha deve reduzir o custo com escoamento da produção em até 40% e auxiliar na exportação de grãos do Estado.

O projeto é dividido em três partes. O que vai de Campinorte a Água Boa, será o primeiro trecho a ser construído, com 338 quilômetros, iniciando no encontro com a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, atingindo a região produtora do Vale do Araguaia, no leste do Mato Grosso. 

Para o presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), Pedro Arantes, a implementação da ferrovia vai estimular a produção agrícola da região. Segundo ele, o problema é a forma que será feita a concessão.   “A ferrovia garante uma redução de frete em torno de 40%, essa é nossa expectativa. Uma ferrovia que reduza nossos custos dá uma maior velocidade no processo de escoamento. Mas se ficar monopolizado em algumas empresas não beneficia a região”. 

Para Pedro Arantes a linha pode ajudar em relação à exportação dos grãos do Estado, uma vez que pode reduzir os custos no transporte. “Nossa grande expectativa em relação à ferrovia é que seja um processo que tenha um acesso mais democratizado, isso vai ajudar bastante. Com uma concessão mais aberta onde grupos de produtores pequenos tenham mais acesso vai ajudar e muito na exportação de grãos”, afirmou o analista. 

Segundo o Coordenador em Infraestrutura e Transporte do Instituto de Pós Graduação (IPOG), Edésio Lopes, a nova ferrovia vai ajudar no transporte dos grãos para os portos. “A ferrovia vai cortar todo Mato Grosso, o objetivo dela vai ser tirar a soja, os grãos da região central do país, da região produtora ligando com a ferrovia Norte-Sul, e com demais rodovias para levar toda a produção para os portos”, explicou. 

Ferrovia Norte Sul

Outro anúncio feito por Ronaldo Caiado é o processo de privatização da ferrovia Norte-Sul que acontece em março, entre os trechos Palmas (TO) a Anápolis. “Com isso vamos ter a realidade daquilo que é o sonho de todos aqui”, comentou o governador. O contrato está previsto para 30 anos. 

Na concessão a empresa ficará responsável pela exploração do serviço público de transporte ferroviário em cargas mantendo e ampliando a infraestrutura da ferrovia e também realizar as operações de transporte ferroviário de diversas mercadorias. 

Para o analista técnico do IFAG, a privatização da Norte-Sul e a integração junto com a nova ferrovia vai dar acesso para o porto que está ao norte e para o porto de Santos no Sudoeste.  A ferrovia também pode ser a integração para um terceiro porto na Bahia além do de Ilhéus. O leilão acontece a partir do dia 28 de março. (Isabela Martins é estagiaria do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Cristhyan)