Sífilis soma mais de 13 mil casos em Goiás nos últimos cinco anos
Sendo 13.183 casos eram de sífilis adquirida, 6.423 de sífilis em gestantes e 1.473 de sífilis congênita
Da Redação
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que tem crescido de forma silenciosa entre a população. A doença normalmente passa despercebida, o que facilita a transmissão. Mesmo com as ações de saúde pública, de 2013 a meados de 2018, foram registrados 21.279 casos em Goiás, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Sífilis de 2018, publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Desses, 13.183 casos eram de sífilis adquirida, 6.423 de sífilis em gestantes e 1.473 de sífilis congênita – transmitida da mãe infectada para o feto durante a gravidez.
O aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica, feito pela SES, é uma das causas do aumento das notificações. “Mas esse crescimento também está relacionado à redução do uso de preservativo”, alerta a coordenadora estadual de IST/Aids da SES-GO, Milca de Freitas Queiroz, que destaca a importância da responsabilidade individual na prevenção da doença.
Milca afirma que para interromper a cadeia de transmissão das ISTs é fundamental que as pessoas percebam que também são responsáveis pelo processo de saúde e doença. “O uso do preservativo nas relações continua sendo de fundamental importância”, frisa.
Controle da doença
Em 2018, a SES-GO distribuiu 211.300 testes de sífilis aos municípios. Os kits são enviados a pedido das secretarias municipais de saúde. “Tivemos aumento da cobertura de testagem com a ampliação da distribuição de testes rápidos, o que também contribuiu para a identificação de mais casos da doença”, avalia.
Além de instituir o Comitê Estadual de Investigação de Transmissão Vertical de Sífilis, a SES-GO também capacita profissionais de saúde em testagem rápida e manejo clínico da doença. O objetivo é alcançar um diagnóstico precoce, evitando-se os casos graves da infecção.
Para o controle da doença, é fundamental a atuação dos profissionais de saúde, por meio de orientações preventivas e encaminhamentos adequados. “O profissional deve ficar atento para sinais e sintomas que possam indicar sífilis, a fim de identificar as pessoas infectadas e encaminhá-las para o tratamento adequado”, orienta.
“A maioria das pessoas com sífilis não apresenta sintomas. E mesmo quando os sinais aparecem, muitas vezes elas não os percebem, e podem assim, sem saber, transmitir a infecção aos parceiros sexuais. Além disso, quando não tratada, a sífilis pode evoluir para formas mais graves, comprometendo especialmente os sistemas nervoso e cardiovascular”, alerta.
Saiba mais
Também conhecida como cancro duro, a sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Treponema pallidum. Sua evolução é lenta, com períodos de manifestação aguda e outros de latência (sem sintomas). Sem o tratamento adequado na fase inicial, pode comprometer todo o organismo.
Formas de transmissão
Da mãe para o bebê, durante a gravidez e parto, caso a mãe tenha alguma lesão; ou por sexo vaginal, anal e/ou oral sem o uso de preservativo.
Sintomas
A sífilis desenvolve-se em estágios, e os sintomas variam de acordo com as seguintes fases:
Sifilis primária: uma ferida indolor na genitália, no reto ou na boca.
Sífilis secundária: irritação na pele, manchas nas palmas das mãos e pés. Queda de cabelo e cílios.
Sífilis latente: sem sinais e sintomas.
Sífilis terciária: lesão nos ossos, na pele, neurológicas e cardiovasculares.
Tratamento
A sífilis é tratada com penicilina. Os parceiros sexuais também devem ser medicados.