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sábado, 23 de novembro de 2024
Caso João de Deus

Justiça denuncia médium João de Deus por mais cinco crimes sexuais

Esta é a quarta peça acusatória por abusos sexuais contra o médium, que já tornou-se réu por outras três

Postado em 22 de fevereiro de 2019 por Redação
João de Deus é transferido de hospital para penitenciária
Saída do médium da unidade de saúde ocorre após negativa de dois habeas corpus pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Eduardo Marques

O Ministério Público (MP) apresentou, na quarta-feira (20), mais uma denúncia ao Judiciário para investigar crimes sexuais supostamente praticados pelo médium João de Deus. Nesta última peça, o líder espiritual é acusado de praticar estupros contra cinco mulheres em condição de vulnerabilidade. Os delitos ocorreram entre 2010 e 2015, quando as vítimas tinham idades entre 17 e 51 anos. Promotor Augusto César Borges Souza explica que o MP, diante do volume de acusações e dos mais de 300 depoimentos colhidos, está convicto da materialização dos casos. Esta é a 4° denúncia de crimes sexuais enfrentada pelo médium. 

De acordo com Souza, promotor que integra o grupo de investigação, a situação de vulnerabilidade das mulheres foi constatada por diversos critérios que ensejavam as ações de dominação e subordinação, segundo ele, praticadas pelo médium. “São pessoas com doenças graves ou que estavam em tratamento prolongado para gravidez, características que fragilizavam as vítimas ao ponto de não perceberem que estavam sendo abusadas”.

Desses, o caso mais grave se prolongou por três anos. Augusto pontua que o médium estabeleceu uma relação de exploração com a vítima. “Ela relata diversos casos que ocorreram nesse período, em razão das investidas fraudulentas dele, que agia como líder espiritual. Havia uma exploração da fé, da religiosidade dessas pessoas, que se submetiam aos abusos diante do prestígio que ele e todo o ambiente emanavam. João se valia das referidas fragilidades para mantê-las [as vítimas] sob seu jugo”.

A manifestação do MP ainda agrega sete outras vítimas, de casos já prescritos, mas que servem para corroborar os fatos apresentados nos casos judicialmente válidos. “São importantes para mostrar a abrangência dessas circunstâncias, cujo modus operandi era semelhante em diversos dos casos e afetaram mulheres oriundas não só de Goiás, mas de diversas partes do País, dada a atuação ostensiva do ofensor”.

Com essa iniciativa, o MP já representou por 19 vítimas declaradas do médium em quatro denúncias por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. João já é réu em três das mencionadas peças acusatórias. A mais nova aguarda apreciação da juíza  Rosângela Rodrigues Santos, de Abadiânia. Ele também é réu em outras duas ações por posse ilegal de arma de fogo. 

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