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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Cidades

Operação prende envolvidos em venda fraudulenta de grãos

Foram cumpridos 13 mandatos de prisão e 17 de busca e apreensão em três cidades do Estado, além de outros dois estados

Postado em 26 de fevereiro de 2019 por Sheyla Sousa
Governo de Goiás nomeia mais 20 delegados da Polícia Civil
As contratações para a segurança não aconteciam desde 2014/ Foto: reprodução

Isabela Martins*

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e a Polícia Civil de Goiás realizaram nesta terça-feira (26) uma operação para combater fraudes fiscais e lavagem de dinheiro na comercialização de grãos.  A investigação batizada de Gran Família aponta que os envolvidos são do mesmo grupo familiar. Participaram da operação 50 policiais civis. 

Foram cumpridos 13 mandatos de prisão e 17 de busca e apreensão em três cidades do Estado, além de outros dois estados. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 35 milhões dos investigados. A operação cumpriu ontem cinco mandados em Rio Verde, quatro em Cristalina e um em Senador Canedo, além de dois em Mato Grosso e um São Paulo. Segundo as investigações, o grupo usava empresas de fachada para comercializar grãos produzidos em Goiás, burlando a fiscalização tributária. 

Fisco

A investigação teve início com a autuação do fisco goiano de dois caminhões carregados com milho, em Cristalina. A mercadoria estava com nota fiscal de uma das empresas de fachada. Segundo o MP, a mercadoria produzida no Estado era adquirida por membros da organização criminosa sem nota fiscal do produtor e enviada para outros estados com notas fiscais das empresas de fachada. O que fazia com que o grupo não recolhesse o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos cofres públicos. O que gerava uma concorrência desleal como afirma o órgão. 

Uma das empresas localizada em Mato Grosso movimentou mais de R$ 100 milhões entre 2013 e 2014. O valor era enviado para os produtores goianos e membros da organização criminosa. 

Em Rio Verde um empresário foi preso no apartamento onde mora, a ex-mulher que também é investigada foi presa em um condomínio de luxo da cidade. Os dois foram levados para prestar depoimento e não tiveram os nomes divulgados. A operação foi deflagrada pelo MP, com o apoio do Núcleo Regional do Entorno do Distrito Federal (Luziânia), Secretaria da Fazenda (Sefaz), e é acompanhada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que apura crimes de falsidade ideológica e material, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro. Os alvos residem em Rio Verde e Cristalina.

A operação foi realizada entre o Gaeco Central, os Gaecos de Mato Grosso e de Campinas em São Paulo, pelo Centro de Inteligência do Ministério Público de Goiás, Polícia Civil e Sefaz. Delegados e agentes da Polícia Civil de Goiás, juntamente com agentes fazendários.

Grãos de Ouro

Essa não é a primeira operação envolvendo fraude fiscal na comercialização de grãos. No ano passado o Gaeco deflagrou a operação “Grãos de Ouro”, onde foram cumpridos 32 mandados de prisão e 104 de busca e apreensão. Em Goiás foram um mandado de prisão em Rio Verde e em Mineiros. De busca e apreensão eram cinco em Rio Verde e três em Mineiros. Participavam do esquema de fraudes produtores rurais, funcionários da Sefaz, caminhoneiros e empresas de fachada. 

As investigações apontaram que fazendeiros de Mato Grosso do Sul vendiam os grãos para os clientes de outros estados burlando o ICMS. Eles acionavam corretoras que emitiam notas falsas. Os documentos mostravam que os produtos haviam sido comprados por empresas de fachada, sediadas em Mato Grosso do Sul. Caminhoneiros envolvidos tinham a função de fazer os carregamentos chegarem até os seus destinos finais. 

No meio do caminho eles eram interceptados por comparsas que pegavam um segundo documento fiscal frio, dizendo que a soja havia sido colhida e vendida por produtores de Goiás e Mato Grosso. Quando os veículos eram parados por fiscais, eram levados a crer que a soja estava apenas de passagem pelo Estado, e por isso isenta de qualquer taxa. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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