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sábado, 23 de novembro de 2024
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Foco econômico

Trabalhadores por conta própria atingem maior número na série histórica do IBGE

Lauro Veiga

Postado em 27 de fevereiro de 2019 por Sheyla Sousa
Sem nomes definidos para Caldas Novas
Com desgaste do prefeito da cidade após diversas denúncias

Quem ainda esperava grandes mudanças no comportamento do mercado de trabalho neste começo de ano deve estar agora um tanto decepcionado. Não apenas não veio a reação aguardada como o cenário até piorou relativamente, se comparado ao final do ano. E não, não foi o comércio que demitiu pessoal temporário contratado para atender a demanda mais aquecida no final do ano para tornar as coisas ligeiramente piores do que já estavam. Ao contrário, o setor manteve o total de pessoas ocupadas, até mesmo com ligeiro avanço – mas um avanço com “jeitão” de estabilidade na leitura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ontem divulgou sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) referente ao trimestre novembro de 2018 a janeiro de 2019.

Os níveis de informalidade na força de trabalho continuaram altíssimos, a tendência de desaceleração da massa total de rendimentos manteve-se, o desemprego cresceu novamente e a economia continuou dando mostras de incapacidade para gerar um ciclo sustentado de crescimento do emprego. Na verdade, o número total de pessoas ocupadas caiu na passagem do trimestre agosto-outubro de 2018 para o trimestre encerrado em janeiro deste ano, saindo de 92,901 milhões para 92,547 milhões de pessoas, com o encerramento de 354,0 mil empregos e recuo de 0,4% no período.

O “estrago” só não foi maior porque a força de trabalho ficou estabilizada considerando-se os mesmos períodos – ou seja, não houve aumento do número de pessoas emprego. Pelo contrário. O número de pessoas que não estavam empregadas e nem procuraram emprego variou de 65,108 milhões para 65,511 milhões (403,0 mil a mais). E ainda, porque mais 291,0 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria. O contingente total de trabalhadores nessa posição, aliás, bateu novo recorde, alcançando 23,901 milhões de pessoas, número mais elevado em toda a série histórica de dados do IBGE. De um trimestre para o outro, registrou-se variação de 1,2%.

Mais informais

Nos últimos quatro trimestres, tomando novembro de 2017 a janeiro de 2018 como base, o total de pessoas trabalhando por conta própria cresceu 3,1%, o que representou um acréscimo de 719,0 mil pessoas. Sem oportunidades no mercado formal, os ocupados por conta própria responderam por 85% das 846,0 mil novas ocupações criadas em toda a economia desde janeiro do ano passado. Ainda assim, o contingente total de pessoas ocupadas anotou variação inferior a 1,0% (0,9% na conta do IBGE) nessa comparação, saindo de 91,702 milhões no trimestre terminado em janeiro de 2018. 

Balanço

·  
Novamente,
além do aumento dos trabalhadores por conta própria ter funcionado como um
“amortizador”, compensando a fragilidade do mercado formal, mais 762,0 mil
pessoas deixaram a força de trabalho entre o trimestre finalizado em janeiro de
2018 e os três meses até janeiro deste ano.

·  
O
número de trabalhadores com carteira assinada nos setores privado e público e
ainda no segmento de empregos domésticos caiu 1,0% naquele mesmo período,
baixando de 36,317 milhões para 35,949 milhões (num corte de 368,0 mil vagas
formais).

·  
Ao
mesmo tempo, o total de empregos sem carteira aumentou de 17,762 milhões para
18,053 milhões (mais 1,6%), num acréscimo de 291,0 mil pessoas (correspondendo
a mais de um terço de todas as ocupações criadas no período).

·  
Esse
número chegou a ser maior no trimestre agosto-outubro de 2018, quando a PNADC
havia identificado 18,641 milhões sem carteira. No trimestre seguinte,
portanto, o total de ocupados sem registro encolheu 3,2% (58,0 mil a menos) e
ajudou a reforçar o desemprego, que saiu de 11,7% para 12,0% (muito próximo da
taxa de 12,2% registrada de novembro de 2017 a janeiro de 2018).

·  
Indústria
e agricultura foram os setores que mais demitiram entre os trimestres finalizados
em outubro de 2018 e janeiro de 2019, com cortes de 345,0 mil e 192,0 mil
pessoas respectivamente (-2,9% e -2,2% no total de ocupados em cada um daqueles
setores).

·  
A
massa de rendimentos reais cresceu 1,9% frente ao trimestre encerrado em
janeiro de 2018 (quando havia crescido 3,6%), mesma média observada desde
outubro do ano passado. 

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