Projeto leva celulares para sala de aula
Aparelhos são usados de forma pedagógica por professores da rede municipal de ensino
Isabela Martins*
O Projeto Inovação Tecnológica visa levar para dentro das salas de aula o aparelho celular. A ação faz parte da formação Escolas Conectadas, que professores participaram no ano passado, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) e a Fundação Telefônica Vivo. Para a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Pedro Gomes de Menezes na Vila Regina em Goiânia, Luciana Rolim, o curso motivou uma ideia antiga que já existia em não proibir o uso do celular e desenvolver trabalhos com a orientação dos professores como uma ferramenta pedagógica.
De acordo com a SME foram mais de 300 instituições municipais que incluem escolas, Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e Centros de Educação Integrada (CEI), que tiveram professores e coordenadoras participando dos cursos. Serão cerca de 10 mil alunos contemplados com a nova forma pedagógica. Entre os cursos oferecidos estavam os de Produção Colaborativa do Conhecimento, Escola para todos: pessoas com deficiência e fotografia na aprendizagem.
O objetivo da escola Pedro Gomes é implantar a inovação relacionada ao uso da tecnologia, em específico o uso do celular, inserindo como material pedagógico. “No curso, não só aprendemos como houve grande troca de experiências. Não é só em questão da tecnologia, mas também estarmos inovando sempre”, destacou.
Implantação
Segundo Luciana, a implantação do projeto foi aceita pela maior parte da instituição. “Projeto em mãos, com o incentivo do curso, uma internet ótima, que as escolas agora têm com a verba educação conectada, fizemos a formação com os professores, com os alunos e organizamos uma reunião com os pais.
O projeto teve uma aceitação de 99,9%”. Ela ainda destaca que o momento de implantação do projeto na unidade gerou reações de rejeição. “No primeiro momento ouvimos algumas críticas negativas. Mas não desistimos. Acredito que para inovar alguma coisa é preciso inovar-se. Se não fizermos um esforço pessoal para inovar a nós mesmos, não teremos condições de inovar a educação”.
Para o gerente de programas sociais da Fundação Telefônica Vivo, a ação da escola gera um resultado positivo na formação oferecida a professores de Goiânia. “O mais importante não é a formação que trazemos aos professores, mas sim o que acontece depois dela lá na escola.
É como o professor revê a sua prática, inclusive de considerar que a tecnologia não é tão má assim, ou que ela pode ser utilizada também para que os alunos aprendam”. Ele ainda destacou a importância da atividade para os alunos. “Para nós, o importante é a prática que reflete no aprendizado do aluno, na consciência do uso da própria tecnologia.
Então, nós, como escola, temos o papel de mostrar aos nossos alunos os benefícios que a vida moderna nos traz. Acho muito importante e fico muito animado quando vejo projetos como este em prática”, concluiu.
A coordenadora contou que a reação dos alunos foi a de pensar que o celular seria liberado na escola. “Houve a pergunta,‘o celular vai ser liberado?’ Sim! Mas, o uso com responsabilidade. Como se usa o caderno, o livro, a caneta. Ele vai ser utilizado como ferramenta pedagógica”.
Ela ainda destacou o que os estudantes acharam da iniciativa. “Para eles foi surpreendente e natural. Surpreendente, pois o que era proibido agora vai fazer parte do material pedagógico deles. Natural, porque essa é a linguagem deles. Muitas vezes, nós que precisamos recorrer a eles. E nesse momento eles são ótimos professores”.
Na unidade são utilizados aparelhos de professores e alunos. Como nem todos possuem celulares, a escola busca trabalhar com as turmas em grupos. O próximo passo será o de correr atrás de parcerias para conseguir tablets ou parceria com projetos de robótica.
Escola Conectada
O projeto Escolas Conectadas é uma iniciativa da Fundação Telefônica Vivo que oferece cursos online de formação continuada e gratuitos, para professores da educação básica. Promove a inclusão dos educadores na cultura digital e estimula o desenvolvimento de competências do século XXI nos alunos, através da prática de metodologias inovadoras de ensino. Os cursos têm foco na prática e na troca de experiência entre educadores.
(Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)