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sábado, 23 de novembro de 2024
OCUPAÇÃO

Fazenda de João de Deus é ocupada por mulheres do MST

A ação faz parte da ‘Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra’

Postado em 13 de março de 2019 por Suzana Ferreira Meira
Fazenda de João de Deus é ocupada por mulheres do MST
A ação faz parte da ‘Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra’

Da Redação

Na manhã desta quarta-feira (13), um
grupo de mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e
do Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam a fazenda ‘Agropastoril
Dom Inácio’, uma das propriedades do médium João de Deus, localizada no
município de Anápolis.

A ação faz parte da ‘Jornada
Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra’, que começou na última semana
com mobilizações em todo país. De acordo com informações do MST, a área ocupada
pelos movimentos tem em torno de 600 hectares e fica próxima à rodovia
GO-433.

A fazenda também
foi invadida e arrombada em dezembro do ano passado. O caso de dano ao
patrimônio foi registrado no dia seguinte.De acordo com a polícia, o gerente da
propriedade contou que ao chegar na casa do médium percebeu a porta dos fundos
aberta e com sinais de arrombamento. Sofás foram rasgados, todos os
quadros retirados das paredes, portas quebradas e fechaduras arrombadas.Tudo
havia sido revirado e objetos estavam quebrados. Na cozinha da casa, até as
panelas foram jogadas no chão.

João de Deus

João Teixeira de Farias, conhecido
como João de Deus, ficou famoso no país e no mundo pelo seu trabalho mediúnico,
composto por cirurgias e curas espirituais.

Em dezembro de 2018, várias
acusações e denúncias de abuso e violência sexual explodiram na mídia. Mulheres
de todos os cantos do país (e também fora dele) acusaram João de Deus de ter
abusado delas durante os atendimentos na Casa Dom Inácio de  Loyola, em
Abadiânia, interior de Goiás.

Em uma coletiva de imprensa
realizada no dia (10/1), na Delegacia Estadual de Investigações Criminais
(DEIC), a delegada Karla Fernandes comunicou que a força-tarefa montada pela
Polícia Civil para investigar os crimes cometidos pelo médium João de Deus
encerrou, oficialmente, todos os seus procedimentos. De acordo com a delegada,
dos sete inquéritos abertos, João de Deus foi indiciado por quatro. O
restante dos inquéritos conclusos foi remetido com relatório para
arquivamento.

A delegada relatou na época
que os indiciamentos por abuso sexual só foram possíveis porque foram
denunciados e investigados no prazo hábil diante da lei. Quanto aos outros,
mesmo as investigações apontando indubitavelmente para a existência do crime,
foram arquivados pela extinção de punibilidade. “O crime existiu, mas não pode
ser punido” devido ao tempo transcorrido, explicou a delegada.

 

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