MP-GO denuncia mãe que matou filha a marteladas em Goiânia
Investigação apontou que ela teria agido com o intuito de chamar atenção do ex-marido, com quem tentava reatar
Eduardo Marques
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou Alessandra Fiusas das Neves pela morte de sua filha Jullyana Neves da Cunha, de 1 ano e 8 meses, ocorrida em 21 de fevereiro de 2019, no Parque Santa Rita, em Goiânia. Ela responderá pelo crime de homicídio quadruplamente qualificado, por ter sido cometido por motivo torpe, utilizando meio cruel e recurso que tornou impossível a defesa da vítima, e por ter sido cometido contra menor de 14 anos de idade, e também pelo crime de destruição de cadáver.
O promotor de Justiça João Teles de Mora Neto, autor da denúncia, narra que o bebê é fruto do relacionamento de Alessandra com Rômulo Nunes da Cunha, com quem foi casada por 12 anos. O casamento deles terminou cinco meses antes do crime, ficando Jullyana e um irmão aos cuidados da mãe. Segundo a denúncia, Rômulo tinha a intenção de ficar com a guarda da menina. Insatisfeita com a separação e para chamar a atenção do ex-marido, Alessandra começou a simular situações de desmaios e mal-estar, não constatados pelos médicos socorrista.
Depois desses episódios, Alessandra proibiu o pai de sair com as crianças nos dias das visitas regulamentadas na separação, passando a exigir a presença dele em sua residência. Três dias antes do crime, na última visita aos filhos, Rômulo foi acompanhado de uma irmã e uma sobrinha, o que impediu mais um plano da mulher em reconquistar o marido.
Na manhã do crime, Alessandra levou a menina para o quarto e, na frente do outro filho, aplicou uma série de golpes de marreta em Jullyana e, para esconder o crime, foi até o fundo do quintal da casa e jogou o corpo da criança numa piscina de plástico, onde estavam vários objetos e também um colchão, ateando fogo em tudo.
Ao notarem a fumaça, os vizinhos foram até lá, mas ouviram de Alessandra que estava tudo normal e que apenas havia colocado fogo na piscina de plástico. Os vizinhos, preocupados, entraram no imóvel em busca das crianças, encontrando apenas Pedro Henrique. Essas pessoas, então, foram até o fundo do lote, encontrando o corpo de Jullyana encolhido e carbonizado em meio às labaredas, sem sinais de vida e visivelmente com fraturas ósseas. Questionada pelos vizinhos, a mãe responsabilizou o filho pelo crime e também por seu drama conjugal. Alessandra, no entanto, foi presa em flagrante e está, desde então, na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia.