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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
insegurança

Riscos em Barão de Cocais causam bloqueio de mais R$ 2,95 bi da Vale

O dinheiro deverá para assegurar o ressarcimento de eventuais prejuízos causados às pessoas afetadas nas evacuações já realizadas na cidade. Mais de 400 pessoas já foram retiradas de casa

Postado em 26 de março de 2019 por Suzana Ferreira Meira
Riscos em Barão de Cocais causam bloqueio de mais R$ 2
O dinheiro deverá para assegurar o ressarcimento de eventuais prejuízos causados às pessoas afetadas nas evacuações já realizadas na cidade. Mais de 400 pessoas já foram retiradas de casa

A Vale informou ter tomado conhecimento que o Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou o bloqueio de mais R$ 2,95 bilhões de
suas contas.

O
dinheiro deverá para assegurar o ressarcimento de eventuais prejuízos causados
às pessoas afetadas nas evacuações já realizadas e naquelas que venham a
ocorrer diante dos riscos de rompimento da barragem Sul Superior, em Barão de
Cocais (MG). Na cidade, mais de 400 pessoas já foram retiradas de casa.

A decisão atendeu pedido
formulado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)no último sábado
(23), um dia após a mineradora seguir a orientação da Agência Nacional de
Mineração (ANM) para elevar de 2 para 3 o nível de segurança da barragem Sul
Superior.

Na
ocasião, a Vale informou que a medida foi adotada preventivamente após um
auditor independente informar que a estrutura apresentava “condição
crítica de estabilidade”.

O
nível 3 significa risco iminente de ruptura. A mudança fez com que as sirenes
soassem no município pela segunda vez este ano.

Em
8 de fevereiro, elas já haviam sido acionadas quando o nível de segurança subiu
de 1 para 2, exigindo que centenas de pessoas deixassem suas casas localizadas
na zona de autossalvamento, isto é, em toda a área abaixo da barragem que seria
alagada em menos de 30 minutos ou que está situada a uma distância de menos de
10 quilômetros.

Em
razão da evacuação, foi determinado bloqueio de R$ 50 milhões nas contas da
Vale.

Como
a nova decisão, a situação em Barão de Cocais impede a mineradora de movimentar
R$ 3 bilhões. De acordo com o TJMG, a ampliação do montante foi decidido pela
juíza Renata Nascimento Borges, e levou em conta a nova elevação do nível de
segurança.

Diante
de determinação, a Vale afirmou que tomará as medidas cabíveis. A magistrada
também suspendeu, através de uma portaria, o expediente da Justiça mineira em
Barão de Cocais até a próxima quarta-feira (27). Ela considerou a possibilidade
de que o edifício do fórum seja afetado em caso de ruptura da barragem Sul
Superior.

Desde a tragédia de Brumadinho (MG), em 25 de
janeiro, quando se rompeu uma barragem da Vale na Mina do Feijão, a Vale tem
reavaliado suas estruturas e acionado o nível 2 em algumas delas, levando a
evacuações em variados municípios mineiros, onde quase mil pessoas estão
foram de suas casas. No entanto, essa é a primeira vez, desde a tragédia, que
uma barragem atinge o nível 3.

Auditorias

Uma
outra decisão obtida pelo Ministério Público de Minas Gerais levou ao bloqueio
de mais R$ 120 milhões. Os recursos deverão assegurar o custeio de auditorias
técnicas independentes que deverão avaliar 12 estruturas da Vale.

Em
petição apresentada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Ministério
Público acusava a mineradora de descumprir ordens judiciais que a obrigava a
contratar auditorias.

Para
assegurar as contratações, foi pedido o bloqueio de R$ 120 milhões. O valor foi
calculado considerando R$ 10 milhões por cada estrutura.

Ao
todo, a Vale está agora impedida de movimentar mais de R$ 16 bilhões,
considerando todas as decisões tomadas pelo Poder Judiciário após a tragédia de
Brumadinho, que ainda estão em vigência. (Agência
Brasil
)

 

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