Advogado e ex-assessor do TJ são presos suspeitos de integrar facção criminosa
Investigações apontam que ambos receberam R$ 200 mil pelo repasse de uma única informação
Eduardo Marques
A Polícia Civil prendeu o advogado Emerson Thadeu Vita Ferreira e o ex-assessor de um magistrado da 3ª Vara Criminal de Goiânia, Carlos Eduardo Moraes Nunes. Ambos são investigados por participação em ações criminosas ligadas à organização criminosa Comando Vermelho (CV), a partir da vida de luxo e ostentação que levavam, que segundo as investigações, não condiz com os cargos e salários recebidos. A dupla foi presa nesta quarta-feira (3), durante operação batizada de Antídoto.
As investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) apontam que ambos vinham realizando viagens caras, além de possuir carros de luxo e um deles, inclusive, uma mansão em um condomínio de luxo na capital.
A Polícia Civil descobriu que os investigados organizaram esquemas ligados à venda de sentenças, sumiço de autos processais, falsificação de assinaturas de servidores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e todo tipo de facilitação a réus ligados ao CV. O assessor foi exonerado do cargo do TJ-GO no início desta semana, de acordo com a corporação.
Já o ex-assessor tinha a função de negociar as decisões judiciais em troca de quantias em dinheiro que lhe permitiam uma vida abastada. O assessor preso é ligado diretamente ao advogado responsável pela intermediação dos casos.
As diligências investigativas ainda prosseguem no sentido de descobrir a participação de outras pessoas no caso.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, foram apreendidos vários dólares, euros, celulares e computadores.
Segundo informações da Polícia Civil, o repasse de uma informação privilegiada aos integrantes da facção criminosa rendeu aos suspeitos R$ 200 mil de uma só vez.
O Tribunal de Justiça de Goiás informa que, diante dos indícios da participação do ex-servidor nas ações criminosas objeto de investigação pela Polícia Civil (DRACO), ele foi imediatamente exonerado. Informa, ainda, que partiu do próprio Judiciário goiano o mandado de prisão contra Carlos Eduardo.
As defesas dos suspeitos não foram identificadas. O espaço continua aberto para esclarecimento do caso.
Matéria atualizada em 05/04/2019 às 15h29 para acréscimo da nota do TJ-GO.