Coração é impresso em 3D em Israel a partir de tecido humano
O estudo, publicado na revista Advanced Science, abre caminho para a realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão é feito com células do próprio paciente
Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém,
apresentaram um coração vivo feito a partir de tecido humano com uma impressora
3D.
O estudo, publicado na revista Advanced Science, abre caminho para a
realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão é feito com
células do próprio paciente.
“Já haviam conseguido imprimir em 3D a estrutura de um coração, mas
esta é a primeira vez que alguém consegue projetar e imprimir um coração
inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras”,
disse ontem (15) o professor Tal Dvir, que liderou a pesquisa, ressaltando que
o coração está completo, vivo e palpitando.
“Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente,
removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais,
as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para
que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos”, detalhou.
O protótipo de coração tem cerca de três centímetros, o equivalente ao
tamanho do órgão de um coelho ou de uma cereja.
No momento, as células podem se contrair, mas o coração completo não
bombeia. “Ainda é muito básico”, disse Dvir.
Transplante
De acordo com o pesquisador, é preciso desenvolvê-lo mais, para
conseguir um órgão que possa ser transplantado para um ser humano.
“O próximo passo é amadurecer essas células e ajudá-las para que se
comuniquem entre elas, de forma que se contraiam juntas. É preciso ensinar as
células a se comportarem adequadamente”, explicou.
“Depois, teremos outro desafio, que é conseguir desenvolver um
coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células
suficientes para produzir um coração humano”, acrescentou.
Futuramente, a equipe liderada por Dvir planeja transplantar os corações
em pequenos animais, como coelhos e ratos.
“Talvez, em dez anos, haja impressoras de órgãos nos melhores
hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam conduzidos
rotineiramente”, finalizou Dvir. (Agência
Brasil)
*Com informações da Deutsche Welle
(agência pública da Alemanha)