Bancada evangélica pressiona e governo recua de indicação
Rubens Salomão
Deputados da bancada evangélica reagiram contra indicações
ao Conselho Estadual de Educação que, na visão deles, representam pessoas
defensoras da “ideologia de gênero”. Primeiro a pressão foi contra o nome de
Mayra Caiado Paranhos, que foi sabatina pela CCJ e teve o nome retirado pelo
governador depois de pressão dos religiosos. “A indicada foi questionada sobre
isso e disse ser favorável à ideologia de gênero e nós não acreditamos que esse
tipo de educação sobre a sexualidade tenha de ser tratada pela escola. Isso é
responsabilidade da família e nossas crianças e adolescentes não podem ser
influenciados”, argumenta o deputado Rafael Gouveia (DC). O debate sobre o tema
foi quente no plenário, já que as indicações do SINTEGO, Bia de Lima, e da UEE,
Júlia Lemos Vieira, causou a mesma reação dos evangélicos. “Eu estava na
sabatina e não houve posicionamento favorável à ideologia de gênero. São
pessoas altamente qualificadas e que pensam a educação muito além deste tipo de
bobagem”, define o evangélico Alysson Lima (PRB).
Na pauta
Por parte do governador Ronaldo Caiado (DEM), ainda resta a
indicação de Guaraci Silva Martins Gidrão, Izekson José da Silva, Jaime Ricardo
Ferreira, José Leopoldo Veiga Jardim e Willian Xavier Machado.
Divergência
Os evangélicos, na tentativa de aumentar a força da bancada,
tentaram se declarar “bancada cristã”. Logo outros deputados, espíritas,
católicos e mesmo evangélicos, disseram não concordar com os seis pastores
mobilizados.
Crítica interna
O coordenador da chamada “bancada da bala”, o deputado
Capitão Augusto (PR-SP) decidiu ontem abandonar a vice-liderança do governo
Jair Bolsonaro. Argumentou que as críticas feitas internamente por ele sobre o
relacionamento do governo com o Congresso não vinham sendo ouvidas e criticou a
articulação política do Planalto. “Eu sou aliado de primeira hora do Bolsonaro.
Estou vendo que a articulação está indo de mal e pior e me sinto impotente”,
afirmou. O deputado criticou a escolha e postura dos goianos que ocupam cargos
de liderança na Casa. Segundo ele, Major Vitor Hugo (PSL-GO), não foi aceito
pela Casa e que a líder no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), é “estrela”.
Sobrou também para o líder do PSL, Delegado Waldir (GO). “Não dá. Coloca como
líder do partido do Bolsonaro o Delegado Waldir, que é caricato. É meu amigo,
mas é briguento, não dialoga, ninguém o leva a sério, não é bom de discurso. O
Major Vitor Hugo é trabalhador, humilde, honesto, mas a Câmara não aceitou, não
deu certo, e não devia ter pego do próprio partido”.
CURTAS
Redes sociais –
“A Joice é muito estrela, não desce pro corpo a corpo e é combativa demais com
a esquerda, inviabilizando qualquer acordo para votações”, diz Augusto.
Resultado – “Aqui
na CCJ foi uma derrota. Não pode um governo recém-eleito sangrar na CCJ desse
jeito”, concluiu o coordenador da bancada da bala.
Avaliação – Pesquisa
CNI/Ibope mostra que o governo Bolsonaro é aprovado por 35% dos brasileiros;
regular para 31% e desaprovado por 27%. Outros 7% não sabem.
Tudo na conversa
As principais lideranças do PSDB buscam, consenso em torno
de Jânio Darrot para o comando do diretório, como adiantado aqui. Mas outros
tucanos, além do prefeito de Goianira, Carlão da Fox, estão na disputa interna.
Do entorno
Depois de ter considerado seriamente deixar o ninho tucano,
o único deputado federal eleito pela sigla em 2018, Célio Silveira, passou a se
colocar como opção, mesmo sem ter apresentado chapa própria no prazo final, que
foi a última segunda-feira (22).
Na jogada
Célio entra com a força de Brasília e com o argumento pesado
de que o fundo partidário do partido só existe por conta da sua reeleição. O
ex-prefeito de Luziânia com o apoio do novo caiadista, Diego Sorgatto.
Na agenda
Os votos para disputa do diretório estadual são definidos
pelas eleições municipais, que ocorrem em todo o estado neste domingo (28). A
votação para o regional está marcada para a sexta-feira (3), da próxima semana.
A propósito
Há 20 anos sem candidatura própria em Goiânia – a última foi
Lúcia Vânia em 2000, o PSDB na Capital escolherá chapa única apresenta pelo atual
presidente, Eurípedes Jerônimo. “A unidade fortalece o partido”, alega ele.
Na conta
Falando nos tucanos, Ronaldo Caiado dará novo
passo para cobrir parte do rombo deixado. Paga na segunda-feira (29) nova
parcela do salário atrasado de dezembro.