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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
12%

Cidades de Goiás possuem mais aposentados que trabalhadores

Em Goiás, mais de 12% das cidades apresentam mais aposentados que trabalhadores

Postado em 23 de abril de 2019 por Sheyla Sousa
Exploração infantil ainda é realidade
De acordo com IBGE

Isabela Martins*

Levantamento com base em relatórios da Secretaria da Previdência e da Relação Anual de Informações Sociais mostra que no fim de 2017, 1.874 cidades do país tinham mais aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do que trabalhadores com carteira assinada. Em Goiás, são 31 municípios nessa estatística, 12,6% das 246 cidades. 

De acordo com o presidente do Instituto Goiano de Direito Previdenciário, Célio Mendes Dionísio, para uma rádio da Capital, esses números geram impacto na previdência. “Essa situação que perturba o país há bastante tempo, tendo em vista a importância e relevância que tem a previdência social para o Brasil. O benefício pago em vários municípios chega a ser maior do que aquele fundo de participação do Governo Federal. Então de fato é uma fonte de renda importante para muitas pessoas, e para muitos municípios”. 

Entre os municípios goianos que se destacam na lista estão Petrolina, Uruana, Buritinópolis e Nova Glória. Segundo ele, dados mostram que mais de 90 milhões de brasileiros vivem basicamente com o benefício, e que há locais em que idosos sustentam a família inteira com o valor recebido. “Quando se soma todos os membros da família beneficiados com o INSS percebe a importância que tem essa instituição, e a seriedade que os políticos terão que tratar a previdência social”, afirmou. 

Fatores

Ele afirma que com a crise econômica em que o país vive há alguns anos, onde se produz e arrecada menos, faz com que os custos da previdência social aumentem a cada ano. Por isso, enxerga como positiva a Reforma da Previdência que pode estimular o país a crescer e a receber mais impostos. “É para estimular o país a crescer e voltar a receber mais impostos, pois se tivesse voltado a crescer não haveria o déficit. É preciso voltar a produzir e a crescer para que os impostos cheguem ao governo e possam superar o valor gasto com os aposentados”. 

Retorno à cidade natal

Outro fator que contribui para esses dados é o fato das pessoas quando chegam à época de aposentar optam por voltar a sua cidade natal, que geralmente são cidades do interior. “Isso também contribui para os dados divulgados. Assim como cidades turísticas, que tem um clima bom, uma estrutura boa para os aposentados é natural para a pessoa que às vezes se aposentou na cidade grande, quer uma tranquilidade, uma qualidade de vida melhor. Ele busca um município para ele ali viver”.

Estudos 

No fim de semana, o governo federal decretou sigilo sobre os estudos que servem de base para a Reforma da Previdência. A intenção da proposta é de que possa haver uma economia de cerca de R$ 1 milhão em 10 anos. Segundo o comentarista de uma rádio na Capital, Leandro Resende, é importante a transparência no momento em que se coloca em votação um processo em que gerou o atual modelo de aposentadoria. “Não somos um país que tem grande reserva, e o modelo que foi adotado é um modelo pesado. Então a gente tem em Goiás mais de 12% das cidades com mais aposentados do que pessoas ativas, que vai gerar pagamento para esses aposentados”. 

Para ele, o modelo novo da previdência poderia ser uma mudança em longo prazo. “Mesmo esse modelo a condição política é totalmente torta. Sigilo para que? A gente tem que redefinir o modelo que hoje é um tumor das contas públicas. O país não cresce para gerar mais condição de arrecadação. Não tem que corrigir daqui para trás, tem que corrigir daqui para frente”, afirma. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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