GUILHERME MELO*

Apresentando seu 24º álbum, Vesúvio, Djavan retorna aos palcos goianos, nesta sexta-feira (26), 21h30, no Centro de Convenções PUC – Goiás. O cantor, que tem suas músicas reconhecidas pelas ‘cores’, retorna a Goiânia, após três anos, com um show singular o alagoano, cujo repertório mistura sua coleção de clássicos da MPB acumulados em mais de 40 anos de carreira com as canções do seu último disco. “Eu queria, nesse disco, dar uma noção pop em algumas canções para torná-las mais fluidas. Mas o pop não é nenhuma novidade na minha obra, uma vez que eu lido com diversidade de estilos, desde sempre, e o pop é um deles”, afirma o cantor em entrevista ao site Tenho Mais Discos que Amigos!.

Ao longo de 13 músicas, inspirado no significado primário da palavra ‘vesúvio’, um “vulcão ativo localizado na cidade de Nápoles (Itália)”, o músico mescla ritmos afros, pop, flamenco, rock e funk ecoando com fluidez pelos ouvidos de quem escuta. Além de retratar muito bem em suas composições a riqueza das cores do dia a dia, ele se utiliza de seus elementos em construções metafóricas de maneira distinta dos demais compositores. “Eu quis fazer um disco pop, também, pelo momento em que estamos vivendo, nebuloso, de tanta incerteza no País e no mundo. Queria que a minha mensagem musical chegasse com mais facilidade, com mais fluidez, cristalina”, explica o artista em entrevista a outros veículos.

Dentre as canções que marcam a turnê que representam o álbum, o cantor selecionou Viver é Dever, Madressilva, Cedo ou Tarde, Solitude, além da homônima ao álbum. Já Orquídea, que é resultado da paixão dele pela planta, mostrou um pouco da intimidade do artista, sendo que Djavan montou um orquidário em sua casa que conta com mais de 300 espécies, e, ao longo da canção, ele cita 16 espécies. A canção Vesúvio é uma música “com uma atmosfera bem djavaniana”, como revela o artista em entrevista ao Estadão. “Ela tem uma parte flamenca, com uma mistura de coisa Moura e uma levada muito tribal, africana”, completa ele. 

Inspirado na capa do disco, o cenário, assinado por Suzane Queiroz, apresenta um ambiente moderno. Adiantando, durante a música Vesúvio, o palco será ‘invadido’ por uma onda de ouro, de tecido, de 13m de comprimento e 6m de altura. Além do projeto de luz de Binho Schaefer e figurino de Roberta Stamato, Djavan divide o palco goiano com velhos companheiros de banda, como o guitarrista Torcuato Mariano e os pianistas Paulo Calasans e Renato Fonseca, além dos dois novos integrantes, o baixista Arthur de Palla e o baterista Felipe Alves.

Trajetória 

Djavan é um dos maiores cantores da música brasileira. Na ativa desde 1972, o artista alagoano se destacou por composições que sempre trilhavam o caminho poético sem perder contato com o popular. Metáforas conviviam com levadas cheias de groove, samba, soul, jazz, bossa. Encontros improváveis, nas mãos de Djavan, viravam sucessos como Lilás, Flor de Lis e Oceano.

Quando acompanhava sua mãe, Virginia, nas suas idas à beira do rio, onde ela lavava roupa junto a outras lavadeiras de Maceió, o menino Djavan percebia, com indisfarçável orgulho já aos 5 anos de idade, como sua mãe puxava bonito o canto com as colegas de trabalho, como distribuía as vozes e fazia belos solos. Sem saber, tinha ali, à beira de um rio na periferia de uma cidade do Nordeste do Brasil, suas primeiras lições de música. 

O cantor, em casa, tinha grande influência da mãe, que ouvia canções, no rádio, de artistas como Orlando Silva, Ângela Maria e Dalva de Oliveira, lá das ondas da Rádio Nacional no Rio. E, mais próximos no sotaque e na geografia, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, aquela música que ele ouvia, em ruas e feiras de Maceió, e no serviço de alto-falantes na praça.

Com a ajuda de Edson Mauro, radialista esportivo e seu conterrâneo, Djavan conheceu João Mello, produtor da gravadora Som Livre, que o levou para a Rede Globo, onde ele passou a cantar nas trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius, Marcos e Paulo Sérgio Valle. Alegre Menina, de Dori Caymmi e Jorge Amado, é o maior sucesso da novela Gabriela, o que fez sua voz ser conhecida antes mesmo de sua imagem.

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO 

Show com Djavan – ‘Turnê Vesúvio’

Quando: sexta-feira (25) 

Onde: Centro de Convenções PUC – Goiás (Campus II, Avenida Engler, nº 507, Jardim Mariliza)

Horário: 21h30

Mais informações: (62) 9 9365-9230