Uruguai: boa opção de destino no outono
É época de baixa temporada no país, o que permite mais descanso aos turistas e menos gastos
GUILHERME MELO*
Uruguai, pequenino país ao sul do Brasil, apresenta diferentes opções de entretenimento para os turistas curtirem o outono. Natureza, tradição, história e uma diversa gastronomia integram o vasto ‘cardápio’ dos viajantes. O outono é uma excelente estação para aproveitar e explorar também a área rural e descobrir novas atrações culturais.
Ir ao teatro, passear em parques, participar de eventos esportivos e dar a si a oportunidade de experimentar novos sabores e novas formas de turismo são algumas das atividades imperdíveis nesta época. O turismo rural também é uma excelente opção para quem quer se desconectar e sentir o vizinho em toda sua naturalidade, assim como descrito na marca país.
A malha rodoviária e os caminhos levam o turista rapidamente ao Rio Negro e ao Rio Uruguai. As diversas áreas protegidas possibilitam o turismo rural, além dos hotéis que oferecem uma variedade de ofertas, principalmente neste mês de maio, quando a baixa temporada pode dobrar as possibilidades de o visitante descansar e se conectar com a natureza.
No fim de tudo isso, ao cair da noite o frio aparece, momento propicio para desfrutar de excelentes vinhos e das vinícolas espalhadas por todo o país como, Campo Tinto, ViñaEdèn, Pizzorno, Bouza e Garzón. Além de todos os restaurantes e bares possuem marcas de vinhos locais, o Uruguai possui uma posição privilegiada que permite a produção de safras excepcionais, sendo mais de 9 mil hectares de área cultivadas e colheitadas a mão em todo território.
Cidades calmas e sedutoras
Montevidéu, capital do Uruguai, é um centro de negócios, eventos e cultura. A cidade, com um milhão e meio de habitantes, se estende ao longo do Rio da Prata e possui praias extremamente agradáveis. Além disso, foi eleita – em uma pesquisa realizada pela Mercer em 2018 – como ‘a cidade com melhor qualidade de vida da América Latina’. O município, fundado na primeira metade do século 18, tem um clima tranquilo, de interior, raro em outras grandes cidades hispânicas da América do Sul, além de um centro histórico com casarões coloniais, rica gastronomia, praças, parques e bons museus.
Piriápolis é outra das belas cidades que o país tem no litoral, e seu estilo europeu é um dos principais encantos.
Localizada em uma estreita faixa de areia entre o Atlântico e o Rio da Prata, a uma hora e meia de Montevidéu, Punta del Este reúne, em um mesmo lugar, elementos necessários a um balneário de sucesso: tem praias para todos os estilos, e oferece ampla variedade de lojas de grifes e galerias para os visitantes de bolsos mais folgados.
Colonia del Sacramento é uma ‘joia histórica’: foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade em 1995. A arquitetura peculiar desta cidade reflete a disputa contínua que eles mantiveram, os reinos de Espanha e Portugal na época da colônia. No norte do país, Rivera oferece modernas lojas gratuitas e irresistíveis centros comerciais para os turistas que gostam de fazer compras e se divertir em grandes cassinos.
Vinho, o ‘ouro’ uruguaio
Outra opção para os turistas que visitam o Uruguai é degustar o vinho daquele país. A localização geográfica é privilegiada: a bebida está em terras particularmente adequadas para o cultivo de uvas, o que torna o Uruguai uma região vinícola por excelência. Localizada na mesma latitude das melhores áreas cultiváveis da Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, entre 30 ° e 35 °, ao sul, é possível cultivar a videira em todo o seu território.
A história da indústria vinícola e videira remonta a meados do século 17, antes mesmo da independência nacional, quando o Uruguai era conhecido como a ‘Banda Oriental’. As primeiras linhagens foram trazidas da Espanha e plantadas no sudoeste do país. Estas primeiras plantas, provavelmente Moscatel, cresceram em treliças, produzindo uvas para consumo de mesa e vinho como família. Essa também foi a situação durante a maior parte do século 18.
Em 17 de julho de 1903, a primeira lei vitivinícola foi aprovada no Uruguai . Apoiada por uma estrutura legal adaptada de forma realista à situação do negócio, a indústria do vinho iniciou uma fase visível de consolidação. Nesse momento, o governo uruguaio decidiu premiar os maiores produtores nacionais de vinho. Foi Vidiella e Harriague quem ganharam o primeiro prêmio do estado em 1884.
O Tannaté a produção de vinho varietalcomeçou a partir de Uruguai em escala comercial. Em 1870, Don Pascual Harriague, procurando uma linhagem que se adaptasse ao solo e clima local, introduziu no país numerosas variedades de uvas. Uma delas, a variedade Tannat nativa do sul da França, provou ser extremamente bem-sucedida e levou à produção de um vinho extremamente atraente para os consumidores da época.
No Uruguai, a área plantada dessa variedade representa um terço dos vinhedos. O vinho Tannat apresenta dois princípios enológicos básicos: qualidade e características locais. Isso levou ao crescente reconhecimento do Uruguai como produtor de vinhos de qualidade. A identidade obtida com o vinho Tannat abriu os mercados internacionais para outras variedades de vinho uruguaio.
O vinho Tannat se expressa perfeitamente apenas para si, mas também apresenta combinações de características particulares, em cortes com outras variedades. Isso resulta na diversidade: Tannat-Cabernet Sauvignon, Tannat-Merlot e Tannat-Cabernet Franc.
*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob supervisão da editora Flávia Popov