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sábado, 23 de novembro de 2024
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EVENTO

Cinema com representação e purpurina

Nesta quinta-feira (23), começa a 4ª edição do Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás

Postado em 23 de maio de 2019 por Sheyla Sousa
Cinema com representação e purpurina
Nesta quinta-feira (23)

GUILHERME MELO*   

Com o objetivo de promover a diversidade sexual e de gênero em Goiás, a 4ª edição do Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo) começa nesta quinta-feira (23) e segue até a próxima quarta (29) no Cinema Lumíere do Banana Shopping. O festival surgiu com o objetivo de promover a visibilidade do público LGBTI+ além de divulgar as produções locais. “As grandes produções do audiovisual sempre ocuparam os espaços no cinema. Quando os festivais começaram com o objetivo de promover o cinema ‘trash’, alternativo, foi um grande avanço. Mesmo assim, vimos que existia produções LGBTI+, mas que elas quase não apareciam nas mostras, então decidimos criar o Digo em 2016”, contou um dos organizadores e curador do festival, Cristiano Sousa, em entrevista ao Essência, no estúdio do jornal O HOJE. 

Segundo a organização, o Digo recebeu, nesta edição, quase 550 inscrições de países como Brasil, EUA, Argentina, Índia, China, Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica, México, Holanda, Canadá, Austrália e Colômbia.  Desse total de filmes, 36 curtas foram selecionados para o festival. “O diferencial é que o público poderá ir à estreia de 11 filmes longa-metragem. Selecionamos filmes exclusivos, que ainda não estrearam no Brasil ainda. É uma oportunidade de apresentar essas produções para a população”, revela o curador. 

Cristiano ressalta o quanto o Digo cresceu, principalmente na questão da estreia de longas com abordagem LGBTI+. “Nós teremos mais sessões e mais filmes inéditos. Neste ano de 2019, o festival se firma na ideia de diversidade sexual e de gênero e como ponto de discussão sobre o assunto. Estamos tendo cada vez mais a oportunidade de formar e educar a população em geral, afinal, o público não precisa ser necessariamente LGBTI+ para participar da mostra”, explica o diretor. Esse objetivo surgiu em apoio aos 30 anos de combate à homofobia, celebrado no dia 17 de maio. “É importante reforçar a ideia do quê esse dia representa. Com isso, o tema principal desta edição do Digo é Diversidade e Combate à Homofobia”, conta. 

Veja a entrevista.

Programação 

A abertura do festival é nesta quinta-feira (23), a partir das 18h, com coffe break no louge do Cinema Lumíere do Banana Shopping. Às 18h30, haverá um show com  Lorna Washington, uma das homenageadas durante a mostra. Lorna é considerada um ‘ícone do transformismo carioca’ que brilhou nos palcos das boates gays nos anos 1980 e 1990. Quando os holofotes se apagam, as câmeras revelam uma rotina não menos curiosa. Lorna, atualmente, mora num conjunto habitacional, trabalha em saunas e lida com um problema de saúde que a levou a abandonar os saltos, mas nunca o rebolado. “Ela foi uma pioneira para o seu tempo, enfrentando preconceito, estereótipos e toda a violência. Então é um prazer homenageá-la”, explica Cristiano. 

Ainda na hoje (23), a programação conta também com a estreia do ‘docudrama’ Rogéria, Senhor Astolfo Barroso Pinto, sob a direção de Pedro Gui. O enredo traz a histórias de Rogéria e Astolfo, que habitam o mesmo corpo. Na sexta-feira (24), serão exibidos dois longas: Primaveras, um documentário que conta a história de duas travestis na terceira idade, e Meninas, também um documentário, mas que aborda as dragqueens mais atuantes na cena gay carioca do início dos anos 2000.

“Dentro do festival, montamos duas competições, uma de longas nacionais e outra internacional. Assim, colocamos cada produção para competir com filmes parecidos com seu porte de produção”, explica o curador. A Mostra Competitiva Nacional será no sábado (25) com a estreia do documentário Lorna Washington: Sobrevivendo a Supostas Perdas, de RianCórdova & Leonardo Menezes. No domingo (26), haverá Mostra Internacional e Mostra de Filmes Goianos com os longas Sr. Raposo, de Daniel Nolasco;  Me Balance Suavemente, Me Balance Agora, de Gabriel Newton; Ela Só Quer Ser Maria, de Victor Vinícius do Carmo; Prazer, Kamilla, de Douglas Lupo Neto, e Averno, de Nathália Carneiro.

Oficinas

O festival conta quatro oficinas para que os participantes do evento possam mergulhar no universo cinematográfico e aprender com profissionais gabaritados da área. A primeira oficina é a Maquiagem de Drag, com a professora Marcella Siqueira, que é maquiadora profissional. A segunda oficina, Rodando um Curta-Metragem, será ministrada pelo cineasta Claudio Bosco. “O objetivo é levar aos inscritos aprendizado e vivência com a criação de um curta, em todas as suas etapas, através de uma dinâmica de grupo, em que se debaterão temas da atualidade e referências cinematográficas”, conta. 

As outras oficinas são: Roteiro com DostoiewskiChampangnatte, com o diretor de mesmo nome que a ocifina. Dostoiewski é pós-doutor em Comunicação pela UERJ e foi professor do curso de Comunicação da Unigranrio por nove anos. Além dessas, o Digo oferece a oficina de Interpretação, com o ator e cineasta Paulo Vespúcio. Ele foi criado pela mãe, na Vila Carolina, em Rio Verde (GO). Começou a carreira como ator, trabalhando na peça Escola de Bufões, dirigida por Moacyr Góes. Todas as inscrições devem ser realizadas no site do Digo. 

*Integrante do programa de estágio do jornal 

O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov

SERVIÇO

Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo) 

Quando: de quinta-feira (23) até a próxima quarta-feira (29)

Onde: Lumière do Banana Shopping  (Avenida Araguaia, nº 376, Centro de Goiânia)

Mais informações: www.digofestival.com.br

 

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