Excesso de velocidade é o principal causador de mortes no trânsito em Goiânia
Informação foi confirmada através de um levantamento que coletou dados de acidentes de trânsito em 2018. Ainda segundo estudo, os motociclistas são as principais vítimas de acidentes com mortes
Da Redação
O Programa Vida no Trânsito, realizado em parceria conjunta
da Secretária Municipal e Estadual de Saúde (SMS e SES), Secretária Municipal
de Trânsito (SMT), Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (DICT),
Polícia Rodoviária Federal (PRF), Policia Técnico Científica (PTC) e
Observatório de Segurança Pública, divulgou nesta terça-feira (28), a análise
dos dados de acidentes fatais no trânsito da capital. Segundo estudo, em 2018 ocorreram 156 óbitos por acidentes de trânsito. Número menor comparado ao ano de 2017 que registrou 190
óbitos.
O grupo de
motociclista apresentou o maior número de morte com 57%, seguido dos
pedestres com 22%. Veja gráfico abaixo:
Óbitos por grupo de vítimas. Foto: Divulgação/SME
Dos óbitos, de
acordo com o estudo, cerca de 77% das vítimas são de Goiânia, 10% da Região Metropolitana
e outros 12% de outras regiões. É possível analisar, conforme dados apresentados
pela Secretária Municipal de Saúde (SMS), que o índice de acidente aumenta nos
fins de semana. Domingo é o dia mais crítico, 19% dos óbitos foram registrados
nesse dia. Sexta-feira e sábado, os números são pouco menores, 16% e 18%, respectivamente.
Com relação aos períodos do dia, a noite é quando é registrado o maior número
de acidentes com óbitos Veja os gráficos abaixo:
Óbitos por dia da semana. Foto: Divulgação/SME
Óbitos por período do dia. Foto: Divulgação/SME
A maioria das
vítimas são pessoas do sexo masculino, entre 20 e 29 anos. A pesquisa levantou também que dirigir sem a
Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e a falta de atenção do motorista na
sinalização e paradas obrigatórias nos semáforos foram as infrações mais
cometidas. Entre os fatores de agravamento do trauma, o de maior
incidência foi a ausência ou o uso inadequado do capacete seguido da falta de
atenção do uso do cinto de segurança. Quanto aos locais dos
acidentes, a Avenida Perimetral Norte apresentou o maior número de acidentes
com vítimas fatais seguida da Anhanguera. Nas rodovias que cortam a Capital, a
BR 153 registrou o maior número de óbitos por acidente.
O
excesso de velocidade é o principal causador de acidentes com vítimas fatais
(59%), seguido de infraestrutura da malha viária, que foi responsável por 22%
dos casos. O secretário Municipal de Trânsito, Fernando Santana, disse que a
prefeitura está investindo tanto em sinalização quanto em palestras para
educação no trânsito para minimizar esses problemas.
“A
prefeitura buscou um financiamento junto a caixa econômica de R$ 500 milhões
que estão destinados a recuperação da malha viária de Goiânia. Faremos um recapeamento
no asfalto da cidade como um todo. O asfalto daqui é muito velho, muito antigo,
tudo será recuperado em breve. É um processo que será instalado nos próximos
meses e até o fim do mandado do prefeito Iris ele quer estar com tudo pronto. Também
estamos investindo na educação no trânsito com palestras principalmente em
escolas. Vemos que as crianças cobram os pais e isso tem sido positivo na
mudança de comportamento no trânsito”, explicou.
Projeto
Vida no Trânsito
O
Projeto Vida no Trânsito é uma iniciativa do Governo Federal para o
fortalecimento de políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito por meio da qualificação, planejamento, monitoramento,
acompanhamento e avaliação das ações. O trabalho é desenvolvido em conjunto com
órgãos e instituições das esferas federal, estadual e municipal.
“O
levantamento desses números afirmam mais ainda a importância da prevenção e
cuidado que devemos ter no trânsito. Os números não são satisfatórios, mas podem contribuir para
o desenvolvimento de medidas preventivas na cidade. Para mudarmos uma realidade, a gente
precisa conhecer essa realidade. O Programa Vida no Trânsito veio justamente para
isso, para podermos entender o que causa o acidente, os principais fatores de
risco, para que as políticas de intervenção para mudar essa realidade sejam
mais efetivas”, explica a superintendente de Vigilância
em Saúde, Flúvia Amorim.
Em
Goiânia, o projeto é desenvolvido desde 2012, e tem como função principal o
levantamento e cruzamento de dados que vão contribuir com a redução do impacto
da violência do trânsito na vida da população, e no auxílio da elaboração de
políticas públicas.