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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
O HOJE ENTREVISTA

“Caiado me escolheu como candidato em Aparecida de Goiânia”, afirma Glaustin da Fokus

Deputado federal ressalta bom relacionamento com Poder Executivo e diz querer ajudar criar um País melhor

Postado em 4 de junho de 2019 por Sheyla Sousa
“Caiado me escolheu como candidato em Aparecida de Goiânia”
Deputado federal ressalta bom relacionamento com Poder Executivo e diz querer ajudar criar um País melhor

Rubens Salomão

O deputado federal Glaustin da Fokus (PSC) afirma que é o candidato do governador Ronaldo Caiado (Democratas) para concorrer à prefeitura de Aparecida de Goiânia. Entretanto, se a decisão fosse tomada hoje, ele afirma que não enfrentaria o desafio. Segundo o deputado, primeiro ele precisa refletir sobre a proposta e, só depois, questionar a sociedade sobre a possibilidade de se candidatar. 

Ao analisar a política nacional, o parlamentar criticou os filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) por estarem atrapalhando a gestão do presidente e gerando desconforto e desconfiança entre parlamentares e ministros. “Nosso presidente precisa colocar a ordem na casa, precisa ter um macho que comanda a casa”, argumenta ao O HOJE.

Veja abaixo a entrevista.

Se preferir, leia abaixo. 

Como o Governo Federal está articulando com os deputados federais para votar essas pautas?

Muitos falam de velhas e novas políticas, eu entendo que não há nomenclatura. É a primeira vez que eu sou parlamentar, para mim não importa se é velha ou nova política, eu entrei dentro de um desenho político sem me preocupar com isso. Vou trabalhar para servir o Estado e servir o Brasil. Dentro de um universo de 513 deputados, há aqueles que tem seus interesses pessoais. 

Há de convir, que existe hoje alguns dos deputados que estão no parlamento que vêm tendo uma queda de braço com o governo, não é o caso do meu partido.  Eu confesso que o Governo tem feito um esforço violento para que traga todos para dentro de um plano único que é o de melhorar o Brasil e combater a corrupção. Acho que ele não está conseguindo fazer isso na forma e na velocidade que ele queria e precisa arrumar melhores articuladores políticos para ficar em baixo jogando com o parlamento. E hoje ele tem pessoas boas como o Major Vitor Hugo que consegue se relacionar, o [Delegado] Waldir que está ali junto, mas está faltando agregar mais gente com mais experiência. 

Você está tentando dizer que o governo não precisa montar uma base como em governos anteriores?

Não vai ter deputado que será contra um projeto, vou dar um exemplo, a reforma da Previdência, não tem um deputado louco o suficiente para não aprovar, mas tem alguns pontos para tratar e para mexer. Eu sou a favor da reforma, muitos investidores vêm para o Brasil para investir depois que isso estiver estruturado juridicamente. Muitos são a favor da reforma e o governo tem uma base boa para aprovar a reforma, mas acho que está faltando um pouco de zelo e chamar a turma para ajudar mais. Sabe aquele mundo que você mais ajuda a construir do que ser apenas participativo nele? Juntos vamos fazer isso. 

Essa ajuda para os deputados votarem, em muitos casos, são cargos federais.

Não no nosso caso. Eu não estou correndo atrás de cargo, estou há 25 anos como empresário. Quando circula por aí o ‘toma lá, dá cá’, no nosso partido não chega isso. Ninguém me colocou lá dentro a não ser grupos como a minha igreja, grupo de amigos, grupos de canal alimentar. Ninguém pagou a minha campanha. Não estou à mando de ninguém, então eu não tenho compromisso com ninguém em relação a cargos. E muitos estão assim, mas está faltando uma comunicação do Jair Bolsonaro, mas é o estilo dele, o homem é militar, ele não tem experiência em lidar com as pessoas. Tem gente que está descompromissado, é preciso chamar para conversar. 

Os filhos do presidente Jair Bolsonaro ainda são um problema para o Governo?

Muito, muito. Você imagina, eu tenho uma empresa com mais de 2 mil pessoas. Eu faço uma viagem e meu filho chega e pede para mudar algumas coisas. Nosso presidente precisa colocar a ordem na casa, precisa ter um macho que comanda a casa. Infelizmente os filhos dele não estão respeitando e isso atrapalha muito, por que o homem está mexendo com uma República, não é com uma padaria nem com um barzinho e os filhos dele tomando decisões a nível de Ministério e isso traz uma insegurança muito grande. Mas tenho certeza que a ficha dele já caiu e ele percebeu isso. 

Como o senhor avalia as ventilações de trocar o presidente pelo vice?

É uma bobagem, não é comentado isso no Congresso. Eu acredito em Jair Bolsonaro, pessoa de uma integridade ímpar e está com boas intenções. O que falta para o nosso presidente é traquejo. Entregou um país de um tamanho enorme para ele que ele só conhece parte, como o próprio já declarou. Esse homem vai entregar esse país nos trilhos.

E o governador Ronaldo Caiado em Goiás?

Caiado pegou um problema de 20 anos. Imagina sentar numa empresa que já passou pela recuperação judicial e já pediu concordata, é algo mais ou menos assim. Não ter dinheiro para pagar uma folha de pagamento no mês que está trabalhando. Estamos vivendo um momento onde todos nós temos que participar. Eu represento uma classe empresarial e peço para que tenhamos um pouco de paciência e tenha o entendimento antes de julgar. O Caiado é sério, honesto e pegou um Estado com uma série de problemas, onde que você olha tem um problema.  Ele escolheu no dedo o seu secretariado, estamos em um outro momento. Não tem essa história de criar uma secretaria para dar emprego para algum aliado. Essa maré de dificuldades vai passar, eu tenho vivido 24 horas com ele, o homem não está dormindo. O crédito nosso com a União é zero, nós não podemos pegar dinheiro emprestado. 

Você representa o setor produtivo, há uma insatisfação desse setor com o governador Ronaldo Caiado até o momento? Primeiro ele fez aquele acordo para reduzir os incentivos e agora a proposta de pegar parte da verba do FCO. 

Eu sou da linha do equilíbrio. Eu acho que tem que sentar o presidente da Federação de Indústria e Comércio (FIEG), que hoje é o Sandro Mabel, meu amigo e meu professor, mas eu tenho o meu gigante que é o Ronaldo Caiado. Acho que tem que ter o bom senso entre os dois. De fato, o Sandro não está errado falando que isso atrapalha o setor produtivo, mas como o produtor vai entregar se não tem asfalto e o governo não tem dinheiro para isso?

Como está a gestão em Aparecida de Goiânia e o que o senhor pensa para a cidade?

Aparecida é uma cidade que nos instalamos há muito tempo, uma cidade que nos abraçou empresarialmente. Grande parte dos nossos colaboradores estão em Aparecida de Goiânia. O nosso governador quer fazer três prefeitos, um em Aparecida de Goiânia, um em Goiânia e em Anápolis. Não sei o que ele viu, mas ele me escolheu como candidato. Tenho dito para ele que há muita água para passar debaixo da ponte. Primeiro eu acho louvável quando o nome da gente é lembrado e observado tanto por ele quanto pela população. Mas eu quero dizer que eu quero ser um bom parlamentar. Me preparei para isso e vou entender, até o último momento, que se o governador tiver opções melhores eu estarei junto no projeto. Porém eu digo que é cedo para dizer que eu sou o candidato a prefeito de Aparecida. 

É uma cidade de uma pungência muito grande e precisa ser um projeto muito bem planejado. O prefeito atual tem meu respeito e minha admiração, eu não fico jogando pedra nem para a plateia. 

Para Ronaldo Caiado ter tomado essa decisão, vocês já se conheciam?

Eu conheci o Caiado quando ele foi na minha empresa pedir voto para Senador. O Sandro Mabel levou ele, e o Caiado gostou da forma como a turma foi conduzida e ele fez o convite para que eu fosse candidato a deputado federal. Depois o presidente do meu partido também fez o convite e fizemos o planejamento e fui bem votado, fui o sexto deputado mais bem votado e para quem nunca tinha sido eleito. 

O senhor quer ser prefeito de Aparecida de Goiânia?

Se fosse hoje, a resposta seria não. Porém eu sempre trabalho com aquilo que Deus me fala. Eu sempre tenho o meu momento com Deus, até para abrir uma empresa. Eu tenho que ser convencido primeiro com o papai do céu e  depois com a sociedade para ver se eles aprovam isso. 

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