Tensão e silêncio de secretária marcam reunião com deputados
Rubens Salomão
Os bombeiros tentaram, mas ficou inviável apagar o incêndio
entre deputados (da base do governo) e a secretária de Economia, Cristiane
Schmidt. Críticas pesadas de parlamentares e a resposta à altura da economista,
que afirmou ser “mentira” a alegação de que o estado não repassa o duodécimo,
causaram reunião. A princípio seria aberta no plenário. Depois passou para a
sala de comissões e restrita. Na prática, foi na sala da presidência a portas
fechadas. Durante a conversa, com ar pesado, o deputado Henrique Arantes (PTB)
falou pelos deputados e cobrou o repasse. Disse que a secretária estaria
incorrendo em três crimes que poderiam afetar até Ronaldo Caiado. Schmidt
respondeu com base nos números a na legislação. Bateu o pé e negou todas as
alegações. Resultado: os deputados perceberam que desse mato não sairá cachorro
e buscarão o governador, via Ernesto Roller.
Silêncio
Depois da reunião, só o presidente da Alego, Lissauer Vieira
(PSB), e Roller falaram à imprensa. Já a secretária passou direto. Preferiu não
arriscar conter fogo com gasolina.
Sine die
Lissauer fez questão de forçar o discurso de que “o diálogo
foi aberto” e que manterá conversa com Roller, “que já foi deputado e entende
as demandas”. A reunião com Caiado ainda não tem data.
Calma lá
A busca pelo duodécimo integral deve esbarrar na solução
financeira da gestão: o Plano Mansueto. Enviado ao Congresso, o texto prevê
controle do sobre os gastos de outros poderes.
Vai e volta
O relatório do conselheiro Saulo Mesquita, pela reprovação
das contas de José Eliton e Marconi Perillo, seria aprovado por 3 a 2, mas dois
ex-aliados do tucano resolveram mudar o voto.
Quem?
Não seria difícil advinhar, mas os ex-deputados Kennedy
Trindade e Helder Valin votavam pela aprovação da gestão tucana. Mudaram diante
da derrota iminente e o texto passou por unanimidade.
A saber
Na única vez em que o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
rejeitou relatório anual, com o ex-governador Alcides Rodriges, a Alego mudou o
entendimento. A decisão não deverá se repetir agora.
Baixo calão
A relação já não era boa e ontem, por telefone, o governador
do DF, Ibaneis Rocha (MDB), mandou o goiano Ronaldo Caiado “ir à PQP”.
Entenda
Caiado ligou para saber sobre testes em sistema de veículo
sobre trilhos e alertou: “Ibaneis, Goiás tem governador”. E ouviu a resposta: “pois
eu estranhei a falta dele aqui”. Aí a conversa foi por água abaixo.
Nada a ver
O Palácio das Esmeraldas preferiu não comentar os termos e
tom usados por Ibaneis e indicou que projeto de mobilidade é uma demanda
importante para Goiás.
CURTAS
– Ex-ministros da Educação, em maioria petistas, assinaram
documento em que julgam a atual gestão como “ameaça”.
– O ministro da Economia, Paulo Guedes,
confirma: não haverá novos concursos públicos “nos próximos anos”.