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sábado, 23 de novembro de 2024
Educação no Estado

Repetência é maior nos anos finais do fundamental e médio

No Estado, 18,4% dos estudantes da rede pública encontram-se em distorção idade/ano escolar

Postado em 9 de junho de 2019 por Sheyla Sousa
Fungos
Laboratório já tem 39 amostras de sementes analisadas

Isabela Martins

De acordo com o Censo Escolar de 2017, 14% dos alunos do ensino fundamental nos anos iniciais e 29% nos anos finais encontram-se em distorção escolar. Em Goiás, no ensino fundamental e médio, eles representam 18,4%, um total de 164.836 de alunos conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Pensando em uma forma de mudar esses números, a Secretária de Estado da Educação (Seduc) lançou o programa Aprender para Avançar.

O programa tem o objetivo de corrigir e combater a exclusão de estudantes multirrepetentes ou que abandonaram os estudos por algum tempo. Conforme explicou a Superintendente de Ensino Fundamental da Seduc Gisele Pereira, em um primeiro momento, serão 1.200 alunos beneficiados com o projeto. As turmas terão o mínimo de 15 e o máximo de 25 estudantes por sala. “Um menino que está no 6ª ano, mas ele deveria estar no 9ª, ele tem uma distorção entre a idade que tinha que estar naquele ano. Por isso que esse projeto tem o objetivo de corrigir isso”. 

Dados da Seduc de 2017 mostram que do total de estudantes matriculados no ensino fundamental, 7,4% nos anos inicias e 24,2% nos anos finais encontram-se em distorçam idade/ano escolar. O que significa 53.520 estudantes nos anos finais do ensino fundamental que por diferentes motivos abandonam a escola.

Implantação é bem recebida

O Colégio Estadual Roberto Civita, no Residencial Kátia recebeu a aula inaugural. De acordo com a diretora Neimar Moreira da Silva, a iniciativa está sendo bem recebida pela comunidade escolar. “Esse projeto vem de um crescimento pessoal do aluno, aumentar a autoestima e criatividade, além dos pais terem um acompanhamento diário”. Ela pontua que é necessário a participação de todos. “Para o projeto dar certo precisamos de frequência, com isso, os pais irão ter mais responsabilidade, vão acompanhar a vida diária dos alunos”. 

A superintendente acredita que no dia a dia deve haver um trabalho humanizado por parte do professor. “Esses alunos já veem de uma sequência às vezes de repetição, eles já precisam ter a auto estima fortalecida, de um professor que mostre para ele que é capaz, que vai aprender”.

 

Metodologia é a chave para mudança 

Para a superintendente da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Gisele Pereira, o diferencial do programa está na metodologia aplicada. O trabalho do professor que fará a diferença no processo. Ela acredita que muitas vezes o abandono se da devido à metodologia aplicada. “Aquela aula que ele teve e não achava interessante, então essa aula que o projeto desenvolve tem que ser diferente daquela para atingir o objetivo, o professor tem que saber trabalhar de uma forma o diferente”.

Segundo Gisele, o projeto basicamente junta alunos do 6ª e 7ª ano em uma sala e em outra uma turma do 8ª ano. “Se você trabalha com um aluno no 8ª ano com uma mesma metodologia de um aluno do 5ª ano você não atinge seu objetivo, a aula fica desinteressante. Então o interesse é quando a gente aprende. É muito importante”.

Além da metodologia que em muitos casos não atende as necessidades do aluno, a superintendente acredita que são diversos os fatores da distorção escolar. Outro fator pode ser que em alguns casos ele abandonou a escola por falta de interesse, ou mudou de endereço, e muitas vezes não teve como entrar em uma nova instituição de ensino. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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