Expositores da Feira Hippie e operários dividem espaço durante obras
Orçada em mais de R$ 6,8 milhões, as obras de revitalização da Praça do Trabalhador têm previsão de término para novembro deste ano
Higor Santana
Expositores da Feira Hippie estão preocupados com o início das obras de revitalização da Praça do Trabalhador, em Goiânia. Isso por que de acordo com eles, a poeira que as máquinas estão provocando, pode prejudicar o comércio na região. Orçada em mais de R$ 6,8 milhões, as obras de revitalização da Praça do Trabalhador têm previsão de término para novembro deste ano.
O feirante Marcelo Oliveira Neto aprova as obras de revitalização da praça, mas acredita que a prefeitura deveria iniciar as obras no início de 2020. “A gente sabe que vai ser assim [muita poeira] durante a reforma da praça. Ficamos com medo de não ter lugar para ficar porque nada tinha sido definido. Até que avisaram que ficou definido que a feira vai ser montada circulando a praça. Mas o problema agora é a poeira. Só nesse primeiro dia eu já tive problema com a terra. Como aqui é um terreno plano, toda a poeira que levanta, o vento trás pra cá, e vai sujando tudo. A gente que está aqui todo dia, sabe da situação da praça e entende que precisa de reforma, mas começar a mexer agora vai atrapalhar. Já tínhamos proposto que o prefeito começasse a mexer em janeiro, mas não deu certo. Agora é aguentar”, argumenta.
Segundo o Secretario de Infraestrutura Dolzonan Mattos, a prefeitura tem tentado amenizar o problema da poeira, e busca a melhor comodidade para os feirantes. “A poeira é porque estamos arrancando todo o pavimento, a grama e o entulho. Mas a todo momento estamos jogando água, tem vários caminhões pipa lá para sanar a poeira e também para selar o pó de brita que vai melhorar as condições higiênicas para os feirantes”, explica o secretário.
Além disso, Dolzonan explicou que é importante iniciar as obras o mais rápido possível, aproveitando o período de estiagem. “Nosso objetivo é cumprir o cronograma e o prazo de cinco meses para a entrega”, afirma.
Ainda de acordo com o secretário, o processo de selagem do pó de brita deve ser entregue hoje. A praça será dividida em duas porções e a parte mais voltada à Rua 67-A, próximo à Avenida Independência, será um espaço de contemplação, com um menor espaço para a montagem de bancas durante os dias de realização de feiras e sem vagas de estacionamento para carros nos demais dias.
Revitalização total
Dolzonan explicou ainda que todas as partes que compõem a praça serão revitalizadas. “É provável que se tenha uma menor quantidade de bancas do que o previsto anteriormente, durante as obras. Aquelas partes de fora da praça, próximo da avenida independência, onde fica parte da feira, vamos retirar o pavimento. Vamos também construir três banheiros públicos e um posto da Guarda Municipal, além da instalação do piso tátil nas calçadas para atender pedestres e cadeirantes”, conclui Dolzonan.
Bancas serão padronizadas após revitalização
De acordo com a prefeitura, após o final das obras, a Feira Hippie voltará a funcionar na Praça, às sextas, sábados e domingos, com as bancas projetadas em metalon e uniformizadas na dimensão de 2,00 x 1,00, fixadas em conjunto de 30 bancas, sendo 15 de cada lado, cobertas com lona bege com fundo branco e beirais. Por sua vez, a Feira da Madrugada retornará às quartas e quintas-feiras. Durante a semana funcionará um estacionamento para 1.272 vagas, contemplando todas as variáveis de veículos (carros, motos, bicicletas e ônibus).
Impasse
O impasse entre os feirantes, que não queriam sair da região, e a prefeitura fez com que fosse adiado o início das obras na Praça do Trabalhador. Na manhã da última segunda-feira (10), membros da prefeitura e feirantes fizeram uma reunião para discutir o local onde a feira seria realizada durante os cinco meses de obras. Assim, ficou definido que a feira seria montada circulando a Praça do Trabalhador, pela Rua 44, próximo à rua 67-A, avançando até a Avenida Oeste, na parte norte da Rodoviária de Goiânia.
Essa havia sido uma das propostas recusadas pelos feirantes em discussões antes da realização das obras. A primeira era de colocar a feira ao longo da Avenida Oeste, no trecho em que a obra do BRT já está concluída. Outra propunha a ocupação de uma viela na Rua 44.
Os feirantes questionavam as opções, alegando que elas iriam matar a feira, ocasionando queda nas vendas. Eles pediram até que as obras fossem adiadas e começassem em janeiro do ano que vem. Porém, a prefeitura ressaltou que as obras teriam de ser iniciadas em junho durante o período de estiagem. Feira Hippie, que funciona nos finais de semana, tem 48 anos de existência e tem quase 6 mil feirantes. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)