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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Matriz elétrica

Energia solar como alternativa

Com o objetivo de economizar, goianos estão buscando formas de utilizar energia renováveis em casa

Postado em 14 de junho de 2019 por Sheyla Sousa
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Higor Santana

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem cerca de 70% de sua matriz elétrica baseada em energia hidráulica, e mais recentemente outras fontes de energia, como a biomassa, a eólica e a nuclear vêm recebendo incentivos. Tendo em considerações condições hidrológicas desfavoráveis, com períodos de estiagem cada vez mais prolongados, a energia solar se apresenta como alternativa. Ainda mais se considerado que os períodos de seca estão associados ao aumento do potencial solar devido, à baixa interferência de nuvens e radiação solar mais intensa.

Goiás foi um dos primeiros estados brasileiros a implantar sistemas de geração de energia solar fotovoltaica em moradias de interesse social. E pensando em economizar, cada vez mais goianos passaram a migrar da energia elétrica convencional para a energia solar. Um exemplo é a estudante de design de moda Nathalia Vieira. A jovem afirma que passou a economizar depois que aderiu a energia solar. “A diferença é considerável. A gente usa aqui em casa no aquecimento da água do chuveiro e estamos incluindo a energia solar para sustentar toda a casa. Quando morava em outra casa e não tinha o aparelho, a conta de energia vinha em torno de R$ 200 por mês. Agora, depois que passamos a utilizar as placas, não passa de R$ 130. Acredito que todo mundo deveria ter um aparelho desse. Se as pessoas soubessem da economia que o equipamento gera, e também, é claro, da preservação que é, utilizaria em casa”, explica.

A fonte é o sol

A energia solar é a energia eletromagnética cuja fonte é o sol. Ela pode ser transformada em energia térmica ou elétrica e aplicada em diversos usos. As duas principais formas de aproveitamento da energia solar são a geração de energia elétrica e o aquecimento solar de água. Para a produção de energia elétrica são usados dois sistemas: o heliotérmico, em que a irradiação é convertida primeiramente em energia térmica e posteriormente em elétrica; e o fotovoltaico, em que a irradiação solar é convertida diretamente em energia elétrica.

Os coletores de energia solar heliotérmica são equipamentos que captam a radiação solar e a convertem em calor, transferindo este calor para um fluido (ar, água, ou óleo, em geral). Os coletores possuem uma superfície refletora, que direciona a radiação direta a um foco, onde está localizado um receptor. Uma vez tendo absorvido o calor, o fluido escoa pelo receptor.

As células fotovoltaicas (ou células de energia solar) são feitas a partir de materiais semicondutores (normalmente o silício). Quando a célula é exposta à luz, parte dos elétrons do material iluminado absorve fótons (partículas de energia presentes na luz solar). Os elétrons livres são transportados pelo semicondutor até serem puxados por um campo elétrico. Este campo elétrico é formado na área de junção dos materiais, por uma diferença de potencial elétrico existente entre esses materiais semicondutores. Os elétrons livres são levados para fora das células de energia solar e ficam disponíveis para serem usados na forma de energia elétrica.

Ao contrário do sistema heliotérmico, o sistema fotovoltaico não requer alta irradiação solar para funcionar. Contudo, a quantidade de energia gerada depende da densidade das nuvens, de forma que um número baixo de nuvens pode resultar em uma menor produção de eletricidade em comparação a dias de céu completamente aberto.

Aproveitamento térmico

Outra forma de aproveitamento de radiação solar é o aquecimento térmico. O aquecimento térmico a partir de energia solar pode ser feito por meio de um processo de absorção da luz solar por coletores, que são normalmente instalados nos telhados das edificações e residências (conhecidos como painéis solares).

Nathalia utiliza desse sistema em casa, e acredita ser uma das melhores formas de uso desse tipo de energia. “Basicamente, o chuveiro e a piscina são aquecidos apenas pela radiação solar. No começo era muito difícil, pois só o chuveiro já gasta muito com energia, ai colocamos a piscina, e os aquecedores da piscina gastavam mais ainda. Então passamos a utilizar do aquecedor solar. Resolveu nosso problema. Nunca mais usamos a energia convencional e quando o aquecedor solar estraga, a gente da um jeito de arrumar o mais rápido possível”, conclui a jovem.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para atender ao suprimento de água aquecida em uma residência de três a quatro moradores, são necessários 4 m² de coletores. Apesar da demanda por esta tecnologia ser predominantemente residencial, também existe o interesse de outros setores, como edifícios públicos, hospitais, restaurantes e hotéis.

Seminário discute vantagens do uso da energia solar 

A Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), por meio da Faculdade Senac, promoveu na última semana, um seminário sobre formas de Energias Renováveis. O objetivo da ação foi fomentar o debate e troca de ideias sobre a importância da geração distribuída de energia (GD) e as vantagens da energia solar fotovoltaica para a população e setor empresarial em Goiás.

O presidente do Sistema Fecomércio, Marcelo Baiocchi, ressaltou a importância da discussão sobre energias renováveis. Para ele, os problemas de distribuição de energia enfrentados em Goiás preocupam porque tem sido fator impeditivo do crescimento dos negócios no estado, com consequente estagnação da economia e da geração de postos de trabalho.

“Sabemos que, no crescimento de um país, ou de um estado, a cada 1% de crescimento há a necessidade de geração de 2 a 3% de energia a mais. Goiás passa por um momento crítico no processo energético, na sua matriz energética, porque o atual parque elétrico instalado no estado tem impedido o crescimento de indústrias, a instalação de novos negócios, grandes comércios, novos empreendimentos imobiliários. Nós vemos isso como uma preocupação para o crescimento do estado e para a geração de emprego”, disse. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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