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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Decidido

Bolsonaro ignora polêmica e mantém Moro na fila do STF

Presidente também afirmou que é “zero” a possibilidade de demissão do ministro da Justiça após vazamento de conversas sobre detalhes da Lava Jato pelo The Intercept Brasil

Postado em 15 de junho de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Pedido de censura a livro é negado por Juiz de Anápolis
Juiz Eduardo Walmory Sanches negou pedido que barra comercialização de livro que foi publicado de forma independente. - Foto: Reprodução/ Internet

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que é
“zero” a possibilidade de demitir o ministro da Justiça, Sérgio Moro, diante do
vazamento de conversas atribuídas ao então juiz sobre detalhes da Operação Lava
Jato. Em café da manhã com jornalistas, Bolsonaro disse ainda que mantém a
promessa de indicar o auxiliar ao Supremo Tribunal Federal. “É uma
possibilidade muito grande.”

Segundo ele, a revelação dos diálogos não compromete o ministro. Ele
disse acreditar que Moro seria o primeiro a lhe dizer que fez algo errado. “Ele
não inventou nada. Não inventou provas. Ele não precisa inventar provas. Ele
trocou diálogos com algumas pessoas”, disse Bolsonaro. “Acredito nele. E o
Brasil deve muito a Moro”, declarou o presidente.

A divulgação das supostas mensagens trocadas entre Moro e Deltan
Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, causou desgaste político ao
ex-juiz e atual ministro da Justiça e levou o corregedor do Conselho Nacional
do Ministério Público a instaurar um procedimento preliminar para apurar
“eventual desvio na conduta” do procurador e de outros membros da força-tarefa
em Curitiba.

Segundo reportagem publicada domingo pelo site The Intercept Brasil,
diálogos mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por
meio de mensagens entre 2015 e 2018. O site – que tem entre seus fundadores
Glenn Greenwald, americano radicado no Brasil que é um dos autores da
reportagem – afirmou que recebeu o material de fonte anônima. O Estado não teve
acesso à íntegra das mensagens.

Após o vazamento, Moro se tornou alvo da oposição, que tenta reunir
apoio para instaurar uma CPI no Congresso para investigar o caso (mais
informações nesta página). Em entrevista ao Estado publicada ontem, o ministro
afirmou não ver ilicitude nos diálogos e disse que conversava “normalmente”
também com advogados e delegados, inclusive por aplicativos.

Bolsonaro repetiu o argumento ontem aos jornalistas. “Não vejo maldade
do lado de cá em advogado conversar com policial, promotor, e apresentar
denúncia robusta. Tem que conversar para resolver o problema”, disse.

O presidente demorou quatro dias para se pronunciar sobre o caso e chegou
a interromper uma entrevista na terça-feira ao ser questionado sobre o tema. A
mudança de postura levou em consideração o apoio popular a Moro.

Conforme mostrou ontem o Estado, monitoramento das redes sociais
recebido pelo Palácio do Planalto apontou que apoiadores do presidente passaram
a defender o ministro quando falavam do episódio e o que importava para eles
era que “bandidos estão presos”.

“Após o vazamento, fui no evento da Batalha Naval do Riachuelo.
Estivemos juntos. Depois ele vestiu a camisa do Flamengo e foi ovacionado. São
gestos que valem mais do que palavras”, disse Bolsonaro.

 

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