Governo recua sobre incentivos
Após crítica da Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Governo assina protocolo de intenções para chegada de indústrias
Dayrel Godinho
Especial para O Hoje
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC) assinou ontem (18), um protocolo de intenções com 15 empresas que pretendem se instalar no Estado. Esta decisão é um meio de buscar trazer novas indústrias, inclusive, com o intuito de manter os incentivos fiscais para que as empresas se instalarem no Estado.
Mês passado, a Associação Pró-desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) apresentou um dado de que 97,7% dos goianos têm são a favor da instalação de novas indústrias no Estado e que 74,3% dos goianos aprovam estes incentivos fiscais para a chegada das empresas. Entre os dados, foi apresentado que mais de 40% do ICMS arrecadado pela indústria, mais de 40% vem das indústrias incentivadas.
Esta assinatura de protocolo, de acordo com o Governo, significaria a chegada destas novas empresas, inclusive com a manutenção dos incentivos fiscais.
Na época, causou mau estar o posicionamento da secretária da Economia, Cristiane Schmidt, de questionar o resultado do levantamento.
O anúncio de ontem prevê investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhões e com geração de quase 10 mil empregos diretos e indiretos, para municípios que terão investimentos do Estado.
Este é o segundo protocolo assinado. Em abril foi assinado outro termo para que 27 empresas abrissem plantas em Goiás. A expectativa era de que seriam investidos mais de R$ 600 milhões em 21 municípios goianos. Isso significaria a geração de mais de 15 mil de empregos diretos e indiretos.
Benefícios
Em nota, a Adial lembrou a importância do papel estratégico dos incentivos fiscais para garantir maior competitividade a Goiás na atração e manutenção de indústrias e acreditamos que o governo acerta ao abrir as portas do Estado para novos investimentos.
Ainda de acordo com a nota, estes investimentos anunciados nesta terça-feira, representam cerca de R$ 400 milhões de incremento no ICMS do Estado. O que, para a Adial, comprova a importância de mecanismos sólidos de atração de investimentos.
De acordo com a Associação, a política permitiu que a indústria avançasse 251% em Goiás entre 2004 e 2017, segundo o IBGE; sendo que a média nacional no período foi de 131,1%. Goiás conta hoje com o 7º maior parque industrial do País, com 15,8 mil indústrias ativas, e essas empresas recolhem 45,5% do ICMS arrecadado pelo Estado, sendo que as 532 indústrias incentivadas são responsáveis por 59,8% desse montante.
Entorno
Entre as empresas que chegam ao Estado, há a previsão de que duas sejam instaladas em municípios da Região do Entorno do Distrito Federal. A previsão é de que o investimento seja de R$ 42 milhões de reais, gerando mais de 600 empregos diretos e indiretos nos municípios de Abadiânia e de Cristalina.
Lideranças da região cobram atenção do governador, que até agora, não havia anunciado nenhuma medida de impacto no Entorno.
Com a assinatura dessa segunda etapa de Protocolo de Intenções de instalação em Goiás, há a intenção de uma empresa se instalar em Abadiânia com investimento previsto de R$ 2 milhões. Com a prisão de João de Deus, o município, que era refém do turismo, terá a expectativa da geração de mais de 300 empregos diretos e indiretos.
Outra empresa se instalará em Cristalina com investimento previsto de R$ 40 milhões, com a intenção de gerar cerca de 300 empregos diretos e indiretos. Por hora, as tratativas são apenas cartas de intenções, sem data segura para instalação.
Regionalização
De acordo com o Governo de Goiás, há intenção de regionalizar as indústrias no Estado. O titular da SIC, Wilder Morais (DEM), destacou que vai continuar atuando nesse sentido, para que todas as cidades sejam contempladas. “Continuamos nossa parceria com os deputados e com os prefeitos, porque queremos instalar novas empresas nos 246 municípios”, destacou o secretário.
Segundo Wilder Morais, essas 15 empresas deverão investir mais R$ 1,5 bilhão em Goiás, além de gerar mais de nove mil empregos diretos e indiretos. Em agosto, outras duas indústrias também deverão chegar no Estado.