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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Moda

Mercado de luxo decola em Goiânia

Alto poder aquisitivo fomenta o mercado de grandes marcas internacionais. Mercado segue em franco crescimento

Postado em 22 de junho de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Mercado de luxo decola em Goiânia
Alto poder aquisitivo fomenta o mercado de grandes marcas internacionais. Mercado segue em franco crescimento

Foto: Divulgação 

Da Redação 

Os corredores dos
grandes shoppings da Capital, antes ocupados por lojas do mercado local, cedem
espaço para grandes marcas internacionais de luxo. Percebi que, ao longo dos
últimos anos, houve uma mudança no comportamento do consumidor goiano, em
consequência do aumento do poder aquisitivo, atribuído ao aquecimento do
agronegócio presente no Centro-Oeste. Antes, a disponibilidade de produtos de
luxo em Goiânia era restrita a joias, relógios, carros e imóveis. Agora, se
estendeu a roupas, calçados, bolsas e acessórios, e  mudou a realidade da
oferta de produtos em nossa região. Hoje, é possível encontrar muitos objetos
de desejo em lojas bem próximas.

A exemplo disso, Goiânia recebeu, em 2014, a loja de luxo Emporio
Armani, considerada uma das maiores grifes do mundo e reconhecida pelo arrojo
em sua alfaiataria. Em entrevista a esta coluna, a visionária por trás desse
feito, Rose Vieira, confidenciou que foram grandes os desafios para implantar a
grife italiana. “A falta de parâmetros para apresentar o projeto para o CEO da
Emporio Armani foi uma dificuldade no início, e o descrédito das pessoas por
pensarem que o produto seria inacessível também. Mas o comportamento de compra
do goiano mudou; a globalização trabalhou em favor à medida que os
consumidores, por meio de viagens, e-commerce ou até mesmo por pontos físicos
de vendas de marcas de luxo, pôde ter acesso aos produtos, preços e valores,
despertando neles o desejo de aquisição”. Na opinião de Rose, a vinda de novas
marcas de luxo é positiva, pois o projeto da grife foi um tanto quanto
audacioso – por ter sido pioneiro –, porém apostou que novas marcas viriam, em
seguida, por também acreditarem em bom gosto, apreciação por qualidade e
conforto

al
ém
do elevado poder aquisitivo. Hoje, Rose celebra por ter sido respons
ável por trazer a primeira monomarca padrão AAA
para a Capital.

Entre uma xícara de café e outra, o diretor executivo de uma
plataforma para empresários e executivos do mercado de luxo Thiago Almeida
contou a esta colunista que o mercado local não sentiu tanto o impacto da crise
econômica do País em função de estar aquecido. “Por isso essas lojas estão
apostando no Centro-Oeste; aqui, gira muito dinheiro em razão do agronegócio e
da logística privilegiada, mas, infelizmente, as pessoas com maior poder
aquisitivo acabam comprando fora do Brasil. Cabe agora às lojas terem ações para
cativar esse público”, identifica o boos da Set-Up Conference. 

Da mesma forma, Freddy Rabbat, presidente da Associação Nacional
de Mercado de Luxo e CEO da marca de relógios Tag Heuer, observou em uma
descontraída e apaixonante conversa. Freddy pontua que o ideal seria que todos
tivessem acesso ao luxo, porém esse mercado envolve certa exclusividade, o que
dificulta a massificação. “É difícil popularizar produtos em um mundo que
prioriza peças personalizadas. Isso faz com que o produto de luxo torna-se cada
vez mais raro e mais caro”. 

Além disso, o consumidor desse mercado é muito específico e busca
itens exclusivos, de ótima qualidade e duradouros. Para o especialista, “mesmo
a moda mudando o tempo todo, esses objetos são para sempre, e passam de pais
para filhos”. 

Para arrematar, Freddy observa que a variedade dos catálogos
existe para que cada pessoa alcance produtos que dialoguem diretamente com a
personalidade de cada um: “Por isso a existência de várias marcas e a
diversidade produtos de luxo para que possa atender a todo mundo. A pessoa não
se adapta ao produto, o produto é que se adapta à personalidade do
indivíduo”. 

Concluo que mercado de luxo, mais do que qualquer outro, tem como
motor o relacionamento, tendo como público um perfil de consumidor muito
peculiar – eles buscam saber de onde vêm seus produtos e quem os produz,
buscando marcas e empresas que condizem com seus valores pessoais e atendam
seus anseios e expectativas. A personalização o torna único e gera também uma
forma de dar ‘alma’ ao produto, que sempre vem acompanhado de uma história. 

 

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