O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é celebrado hoje
Um recente estudo feito pela OMS diz que o Brasil precisaria investir R$222 bilhões para eliminar a doença até 2030
Ingryd Bastos
As hepatites virais são infecciosas que afetam o fígado causando inflamações no órgão, geralmente a doença é silenciosa, raramente apresenta sintomas, mas quando aparecem pode ser percebida através de febres, cansaço, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Um estudo realizado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado neste domingo, 28, mostrou que se a saúde pública ampliasse os investimentos conseguiria salvar 4,5 milhões de pessoas, nos 67 países vulneráveis, pelos próximos 11 anos. Para combater a doença nesses países até 2030 precisariam ser investidos R$222 bilhões para que as hepatites virais deixassem de ser uma ameaça à saúde pública.
Atualmente, 325 milhões de pessoas tem hepatites do tipo B ou C, no mundo. O relatório da OMS constatou que na última década houve uma redução de 7% dos casos no Brasil e em 2018 foram registrados 42.383 casos de hepatites no país. Entre as hepatites, o tipo C, que é o mais letal, ainda é maioria com 26.167 casos notificados no ano passado.
O tipo A no Brasil é equivalente a 1 caso para cada 100 mil habitantes, em 2018 foram registrados 2.149 pessoas com a doença. A transmissão pode ocorrer através de alimentos contaminados ou pela água.
O tipo B foram registrados 13.992 casos, que representa 7 para cada 100 mil habitantes e pode ser transmitido pelo contato com sangue contaminando, sexo sem proteção, compartilhamento de objetos cortantes e de mãe para filho durante a gravidez.
Já o tipo C tiveram 26.167, representando 13 casos para cada 100 mil habitantes, o maior número de contaminados são as pessoas acima de 40 anos. Além desses ainda foram registrados 145 casos do tipo D da doença, no Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2019.
Tratamento
As hepatites A e B podem ser prevenidas através de vacinas, e a vacina contra o tipo B também previne contra o tipo D, ambas estão disponíveis gratuitamente pelo SUS. Não há vacinas contra os demais tipos e o tratamento adequado é indicado pelo médico.
Mais de 100 mil tratamentos para hepatite C foram disponibilizados na rede pública de saúde nos últimos três anos. O Ministério da Saúde informou que desde o início de 2019 já foram distribuídos 24 mil tratamentos completos, entre os estados e o Distrito Federal.