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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Morte de cacique

Aumenta tensão no Amapá após invasão de garimpeiros

Entidades e políticos expressam preocupação e alertam para risco de tragédia. Foto: Portal IPHAN

Postado em 29 de julho de 2019 por Aline Carleto
Aumenta tensão no Amapá após invasão de garimpeiros
Entidades e políticos expressam preocupação e alertam para risco de tragédia. Foto: Portal IPHAN

Aline Bouhid

Agentes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram enviados neste fim de semana à terra indígena dos Waiãpi, invadida por um grupo de garimpeiros e onde um líder indígena foi assassinado nesta semana. A prefeita de Pedra Branca do Amapari (AP), cidade próxima à área demarcada, Beth Pelaes (MDB), confirmou ao jornal O Globo que as equipes das forças de segurança estavam no local na manhã de ontem (28).

O Ministério Público Federal (MPF) do Amapá, por sua vez, informou que já está investigando a invasão de garimpeiros e a morte do cacique Emyra Waiãpi, de 68 anos. Segundo o órgão, agentes da PF e do Bope se dirigiram ao local “para evitar o agravamento do conflito”. De acordo com O Globo, citando a coordenação regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Amapá, a invasão dos garimpeiros à região começou a ocorrer na última terça-feira. O corpo do cacique foi encontrado na quarta-feira de manhã. Relatos de indígenas aos meios de comunicação afirmam que Emyra foi morto a facadas.

Em nota publicada no sábado, a Funai confirmou a morte e anunciou o envio de policiais federais e do Bope à região para apurar o ocorrido. O órgão disse ainda que tomou conhecimento do fato somente no sábado e logo acionou as autoridades competentes e seus servidores no local. “Por ora não há registros de conflito, apesar de ter sido confirmado um óbito, mas não há detalhes das circunstâncias. O local é de difícil acesso”, diz a nota. “Mesmo assim, a equipe da Funai e da PF permanecerão no local para garantir a integridade dos indígenas e apuração dos fatos.”

A revista Época, contudo, afirma que a Funai já sabia do ataque à terra indígena dos Waiãpi desde sexta-feira, quando foi alertada pela coordenação do órgão no Amapá. Em memorando enviado à presidência da fundação, a coordenação regional afirmou que a “presença de invasores é real” e que o “clima de tensão e exaltação na região é alto”. O memorando pedia ainda que a chefia da Funai articulasse junto à PF e ao Exército o “planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo”.

Relatos da imprensa sugerem que os garimpeiros voltaram à terra indígena dias após a morte do cacique. A prefeita de Pedra Branca do Amapari afirmou à Época que cerca de 50 homens armados invadiram a demarcação dos Waiãpi no fim da tarde de sexta-feira e, na tarde de sábado, eles ainda permaneciam na região. “Até o momento estão lá na aldeia. A gente ficou sabendo agora há pouco que estão ouvindo tiros. A gente está acionando o Ministério Público Federal, Polícia Federal, para evitar o pior. Os indígenas falaram que, se a Polícia Federal não chegasse até o anoitecer, eles iriam para o ataque, porque eles não querem perder a terra deles”, disse Beth Pelaes à revista.

*Com informações do jornal O Globo e Revista Época

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