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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Cultura

Arte Popular e Contemporânea

Exposição apresenta acervo de Marcelo Solá e Éder Bonfim

Postado em 6 de agosto de 2019 por Sheyla Sousa
Arte Popular e Contemporânea
Exposição apresenta acervo de Marcelo Solá e Éder Bonfim

Sabrina Moura

Trazendo arte popular e contemporânea, a mostra ‘Coleções
Goianas: Acervo Marcelo Solá e Éder Bonfim’ é aberta nesta terça-feira (6), na
Vila Cultural Cora Coralina, unidade da Secretaria de Cultura de Goiás (Secult
Goiás).

Sob a curadoria de Gilmar Camilo a exposição abre um ciclo de
mostras que vão exibir coleções de colecionadores
que disponibilizaram os seus acervos proporcionando uma democratização e acessibilidade
do grande público. “A coleção de Marcelo Solá e Éder Bonfim une tanto um senso
estético, quanto afetivo com trabalhos de artistas que o Marcelo conviveu,
expos e tem um apreço estético enorme. Na exposição estão obras de artistas
consagrados – renomados nacionalmente –, e artistas mais jovens”, conta ele.

As obras foram coletadas por ambos, nas três últimas décadas, e
apresenta obras de artistas como o paulista Hidelbrando de Castro, o gaúcho
Daniel Acosta e os goianos Pitágoras Lopes, Juliano Morais, Siron Franco e o
próprio Marcelo Solá, e obras de artistas jovens, como Pedro Castelyn e Estevão
Parreiras. “São obras coloridas, densas, que tratam das religiosidades, do
universo do cinema, dos quadrinhos e várias são obras curiosas, que tratam das
lendas brasileiras, por exemplo”, afirma Gilmar.

O público pode conferir uma coleção de arte popular com
artesanatos de estados como Piauí, Alagoas, Minas Gerais e Goiás, sendo uma
forma de traduzir a importância da arte contemporânea e popular produzida no
Brasil. “Se trata de um pensamento crítico de como foi construído o senso
estético na obra de Solá, por meio de uma afinidade artística e afetiva do
artista. É um passeio do público por várias regiões do Brasil por onde Marcelo
e Éder viajaram dando origem a essa rica coleção”, pontua Gilmar que também é o
coordenador da Vila Cultural Cora Coralina.

Constituída por cerca de 70 obras de arte contemporânea e de
arte popular, que cobrem a produção artística brasileira das últimas
décadasdesenhos, pinturas, gravuras, serigrafia, artesanato em madeira,
esculturas, arte indígena, cerâmica, dentre outras modalidades e técnicas,
estão expostas até 7 de setembro, na sala Antônio Poteiro.

Éder Bonfim afirma que sua coleção teve início há
aproximadamente 12 anos e que grandes partes das obras e objetos foram
adquiridos durante viagens. Ele afirma que sempre se interessou não apenas por
arte popular, Naif e objetos indígenas, mas pela história das peças e dos
artistas que as produziram. “A minha relação com essa coleção se baseia na
história de cada artista, na região onde eles vivem, no material que eles usam
e em suas histórias pessoais e suas crenças religiosas”, conta.

A proposta da Secretaria de Cultura de Goiás, por meio da Vila
Cultural Cora Coralina, ao realizar essa exposição, é democratizar o acesso às
artes visuais. “São obras que estavam dispostas em ateliês e locais
particulares, onde apenas amigos e colecionadores têm acesso”, disse Gilmar.
“Marcelo Solá e Éder Bonfim generosamente se dispuseram a ceder temporariamente
essas obras para uma exposição que compartilhasse com um público maior essa
riqueza artística e cultural, além do seu olhar e do seu senso de estética, que
acabam por revelar ao público as influências de sua própria produção”, afirmou. 

O Secretário de Cultura de Goiás, Edival Lourenço, explica que a
proposta da Secult e do Governo de Goiás é dar espaço para artistas goianos em
todos os espaços culturais ligados ao Estado. “Temos essa proposta em todos os
equipamentos públicos. A ideia é essa com as artes, o cinema, a literatura, a
música, a dança, o teatro… A Vila Cultural Cora Coralina sempre incentiva a
presença de artistas locais. Também aplicamos a mesma ideia ao Cine Cultura,
onde exibimos filmes de cineastas goianos, ao Centro Cultural Oscar Niemeyer,
ao Centro Cultural Octo Marques, ao Centro Cultural Martim Cererê e aos demais
espaços”, justifica.

Exposição individual

Além da exposição da coleção, haverá uma individual, na sala
Sebastião Barbosa, com dez peças da produção gráfica de Marcelo Solá,
produzidas nos últimos dois anos. “São desenhos inéditos de pequenas e médias
dimensões, e serigrafias de grandes dimensões que abordam a poesia visual,
frases e palavras de ordem atreladas às relações do artista com a literatura,
os quadrinhos e o universo”, explica Gilmar.

Marcelo Solá

Marcelo Solá é goiano e desenha desde criança. A primeira
participação de Solá em exposições foi em 1990, em Goiânia. Já sua estreia
individual foi em 1992. Desde então, o artista realizou mais de 15 exposições
individuais e cerca de 30 coletivas, além de ter participado de residências no
Faxinal das Artes, em Curitiba, e na 17ª edição do Symposio de la Nouvelle
Peintureau Canadá. Entre os espaços em que Marcelo expôs suas obras estão o
Itaú Cultural, MAC Goiás, Funarte, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte
Moderna da Bahia e Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.

Em 2002, Marcelo participou da 25ª Bienal de São Paulo, quando
apresentou uma série de desenhos sobre papel e pinturas sobre a parede, além de
uma escultura composta por tubos de ferro, pneus de borracha e carrinhos
funerários soldados. Seus trabalhos, seja pintura ou desenho, têm como
característica marcante o uso de uma paleta de cores reduzidas, com ênfase no
preto.

Além do intimismo, os desenhos de Marcelo remetem à cidade e a
situação urbana contemporânea. O caos urbano o seduz. Para ele, a sua
influência no homem é pura poesia. Marcelo tem obras no acervo do Museu de Arte
Moderna de Salvador, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu de Arte
Contemporânea de Feira de Santana (BA) e na Coleção Gilberto Chateaubriand.

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação
da editora do Essência, Flávia Popov)

SERVIÇO

‘Coleções Goianas: Acervo Marcelo Solá e Éder Bonfim’

Abertura: terça-feira (6), 9h.

Onde: Vila Cultural Cora Coralina
(Rua 3, s/n, Setor Central – Goiânia)

Visitação: até 7de setembro (de
segunda a segunda das 9h às 17h)

Entrada gratuita

Escolas, universidades e grupos podem agendar visitas pelo telefone (62)
3201 9863 

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