Por mês, 2 mil multas são geradas na BR-153
As infrações mais cometidas são dirigir e falar ao celular, falta de cinto de segurança, excesso de velocidade, conversões irregulares, avanço de pedágio e farol apagado
Igor Caldas
Mesmo com 52 câmeras instaladas na BR-53, motoristas continuam a cometer infrações. De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Newton Moraes, as infrações mais cometidas pelos motoristas são dirigir e falar ao celular, falta de cinto de segurança, excesso de velocidade, tráfego de caminhões na pista da esquerda, conversões irregulares, avanço de pedágio, circulação em faixas de canalização e farol apagado. Ao todo foram 21 mil multas geradas nos últimos dez meses ao longo da BR-153.
De acordo com o inspetor, essas infrações que podem parecer insignificantes são as principais causas de acidentes no perímetro urbano. “Qualquer uma dessas infrações podem gerar acidentes fatais no perímetro urbano e nas rodovias”, afirma.
Pistas estaduais
De acordo com os últimos dados sobre acidentes de trânsito da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), 469 pessoas morreram em acidentes nas rodovias do Estado, no último ano. Também houve mais de 67 mil infrações de trânsito nas rodovias no mesmo período.
Ainda de acordo com o levantamento da SSP-GO, este ano 631 pessoas se envolveram em acidentes de trânsito e 192 delas vieram a óbito em acidentes nas rodovias. O período do Carnaval é considerado arriscado para quem quer pegar a estrada. Março foi o mês em que houve o maior número de mortes nas rodovias no Estado de Goiás. Foram 34 pessoas que perderam suas vidas nas estradas.
Representantes de vários órgãos municipais compõem o Programa Vida No Trânsito que divulgou, em maio deste ano, uma pesquisa sobre acidentes de trânsito na Capital. Os dados mostram que a principal causa de acidentes no trânsito é o excesso de velocidade. A falta de respeito ao limite máximo permitido nas vias é apontada como responsável por 69% dos acidentes.
Dirigir com sono pode resultar em evento fatal
De acordo com os dados da Associação Brasileira do Sono (ABS) a sonolência ao volante já é a segunda maior causa de acidentes nas rodovias brasileiras, uma combinação que pode ser tão perigosa quanto beber e dirigir. O sono é o responsável por 30% das mortes e 20% dos acidentes em todas as vias do país. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), após ficar 19 horas sem dormir acontece a diminuição de desempenho equivalente a quem bebeu seis copos de cerveja ou três taças de vinho. A pessoa que dirigir após dormir menos de sete horas vai ter o dobro de chances de sofrer um acidente.
Motociclistas arriscam a vida sobre duas rodas )
O levantamento analisou dados do último ano e indica que andar de moto é mais arriscado. Mais da metade das pessoas que foram a óbito estavam em motocicletas e 51% de todas as mortes acontecem no local dos acidentes. Além disso, o estudo aponta que a segunda principal causa de acidentes de trânsito nesse período foi a infraestrutura das vias, responsável por 22% dos casos.
Conforme o estudo, homens morrem mais no trânsito do que as mulheres. Entre os mortos do último ano, 83% são do sexo masculino. A faixa etária mais atingida é de pessoas jovens (de 20 a 29 anos) eles representam 23% das vítimas. O levantamento apontou que as maiores vítimas são os condutores dos veículos. Os motociclistas são os que mais morrem envolvidos em acidentes. Eles representam 69% das vítimas. O mesmo estudo aponta que as mortes mais frequentes acontecem nos finais de semana e à noite, ou seja, após as 18h.
As principais condutas com riscos de acidentes de trânsito avaliadas pelo estudo são dirigir sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e avançar o sinal vermelho, ambas presentes em 21% dos acidentes registrados no último ano. De acordo com os últimos dados sobre trânsito divulgados pela SSP-GO, em 2018 foram flagrados mais de 2 mil veículos sendo conduzidos por motoristas sem a devida CNH no Estado.
Outra conduta que contribui para a gravidade do acidente é a falta de capacete. Em 56% dos acidentes registrados em 2018 foi observado que motociclistas e garupas não estavam usando o acessório de segurança. Pilotar motocicletas sem capacete gera multa e a suspensão do direito a dirigir. Logo em seguida, com 20%, está a falta do uso de cinto de segurança, que corresponde a uma infração grave punida com multa e perda de cinco pontos na carteira.
Números mostram que Lei do Farol reduziu acidentes
Há mais de vinte anos, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) recomenda manter, nas rodovias, o farol baixo aceso durante o dia. O objetivo é melhorar a visibilidade e evitar acidentes de trânsito. Na Câmara, em 2013, o deputado Rubens Bueno, do PPS do Paraná, elaborou um projeto transformando a recomendação do Contran em legislação de trânsito. De acordo com o deputado, os condutores envolvidos em acidentes nas rodovias relatavam não ter visto o outro carro a tempo de evitar a colisão. Bueno justificou, na proposta, que a recomendação do Contran raramente era seguida e por isso deveria se transformar em lei.
Em maio de 2016, o projeto se transformou em lei e teve previsão de que não usar farol baixo é infração média, com penalidade de perda de quatro pontos na CNH e multa de R$ 130, na época. No primeiro mês de vigência dessa legislação, a Polícia Rodoviária Federal registrou 124 mil infrações nas rodovias federais.
Vigência da lei
Em todo país, durante esse primeiro período de vigência da lei, foram registradas 117 colisões durante o dia, número 36% menor comparado ao mesmo período do ano anterior, que teve 183 batidas. Devido a isso, muitos defendem a Lei do Farol Aceso alegando que ela reduz o risco de acidentes porque melhora a visibilidade do motorista. (Especial para O Hoje)