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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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Caso Emyra Waiãpi

Laudo preliminar de perícia sugere que liderança indígena não foi assassinada

PF informou nesta sexta-feira (16) que indícios são de afogamento. Cacique morreu em julho

Postado em 16 de agosto de 2019 por Redação
Laudo preliminar de perícia sugere que liderança indígena não foi assassinada
PF informou nesta sexta-feira (16) que indícios são de afogamento. Cacique morreu em julho

Médicos legistas da Polícia Técnica do Amapá (Politec-AP) responsáveis por exumar o corpo do cacique Emyra Waiãpi afirmam não ter encontrado nenhum ferimento que possa ter causado a morte do líder indígena, falecido na segunda quinzena de julho. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (16), pela Polícia Federal (PF), que sugere que o líder indígena morreu afogado.

No fim do mês passado, índios e entidades indigenistas denunciaram às autoridades públicas que garimpeiros haviam invadido a Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, e que o cacique Emyra Waiãpi tinha sido morto de forma violenta.

Embora entidades como o Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina, formado pelos chefes das aldeias existentes no interior da Terra Indígena Waiãpi, tenham informado, já na ocasião, que a morte do líder indígena não tinha sido testemunhada, sua morte foi associada à suposta invasão da reserva por um grupo de homens armados que, segundo o conselho, chegou a atacar uma das aldeias, a Yvytotô, cujos moradores fugiram do local.

Em nota divulgada esta manhã, a PF informa que a Polícia Técnica do Amapá entregou ontem (15) o resultado preliminar do exame necroscópico realizado no último dia 2, quando o corpo de Emyra Waiãpi foi exumado.

O laudo aponta a existência de uma lesão superficial na cabeça do índio waiãpi, mas minimiza seu efeito, apontando que o ferimento não atingiu planos profundos ou causou qualquer fratura craniana. Além disso, os peritos afirmam não ter encontrado lesões ou sulcos que pudesse evidenciar a hipótese de enforcamento ou esganadura, e nem lesões penetrantes (cortes) na região do tórax – o que, segundo a PF, “desmente as primeiras notícias que davam conta de que a liderança teria sido atacada a facadas”.

“Apesar das informações iniciais darem conta de invasão de garimpeiros na terra indígena e sugerirem possível confronto com os índios, que teria ocasionado a morte da liderança indígena, o laudo necroscópico não apontou tais circunstâncias”, aponta a PF, afirmando que os médicos legistas estimam que Emyra morreu entre os dias 21 e 23 de julho. Provavelmente, por afogamento.

“O laudo conclui que o conjunto de sinais apresentados no exame, corroborado com a ausência de outras lesões com potencial de causar a morte, sugere fortemente a ocorrência de afogamento como causa da morte de Emyra Waiãpi”, acrescentou a PF à nota, explicando aguardar o laudo complementar toxicológico para auxiliar na investigação. “Não interferindo [isto], contudo, na conclusão pericial quanto à causa da morte por afogamento”. A previsão é que o laudo complementar toxicológico seja concluído em até 30 dias.

Procurados pela Agência Brasil, as assessorias da PF e da Polícia Técnica afirmaram que a íntegra do laudo não será divulgada. A reportagem também não conseguiu falar, por telefone, com representantes do Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina. Por meio de sua assessoria, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que segue acompanhando o trabalho de investigação da PF, órgão ao qual compete apurar os fatos narrados pelos índios, com o apoio dos servidores locais da fundação indigenista. (Agência Brasil) 

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