Travestis são presas suspeitas de extorquir clientes em Goiânia
Segundo a PC, envolvidos são suspeitos de obrigar vítimas a fazerem transferências bancárias sob grave ameaça ou violência
Eduardo Marques
Após quatro meses de investigações, a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) desarticulou, no último dia 14, uma associação criminosa, composta por três travestis e dois homens, suspeita de extorsão. O grupo se especializou em marcar encontros sexuais e programas por meio de aplicativo voltado ao público homossexual e por sites especializados. Os criminosos registravam as cenas de sexo com câmeras de celular e, depois, chantageavam as vítimas. Entre elas estão um líder religioso, um policial e servidor da Justiça Federal.
Os mandados de prisão contra Yago Pereira, conhecido como “Anita”; Eduardo Souza Luz, sob a alcunha de “Stephany”; Samuel Junio Nápole e Marcelo Dias Moreira foram cumpridos no Complexo Prisional da Papuda, no Distrito Federal. Os investigados já haviam sido presos pela Polícia Civil do DF, em razão de crimes semelhantes aos praticados na capital goiana.
A PC-GO informou que já existe um mandado de prisão para outro integrante do grupo, Paulo Rogério Marques Vasconcelos, que será cumprido assim que ele chegar ao Brasil. O suspeito foi preso na Espanha, após ser incluído na lista de foragidos da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
As investigações apontam que, na ocasião dos crimes, a vítima se interessava por um dos autores e era atraída até um hotel. No local, um dos suspeitos fazia check-in regularmente, enquanto outros adentravam ao quarto de forma clandestina. Já no quarto, o grupo chantageava a vítima com filmagens da relação sexual ou extorquia mediante grave ameaça ou violência.
“Eles agiam com muita violência, com chutes, soco, ameaçando com estilete no pescoço. Depois disso, eles pegavam os celulares das vítimas, faziam transferências bancárias, levavam máquinas de cartão para conseguir mais dinheiro”, disse o delegado Paulo Ribeiro, responsável pelas investigações.
Prisões
O 1º DP de Goiânia conduz dois casos que envolvem a participação dos suspeitos e, por isso, o delegado responsável pela investigação, Paulo Ribeiro, representou pela prisão dos investigados. Paralelamente, no entanto, a Polícia Civil do DF fazia deflagrava a Operação Cilada com o objetivo de prender a mesma quadrilha, que também agia naquela unidade federativa, a qual resultou na prisão de três dos investigados, na capital goiana.