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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
OMS

Uma em cada 10 pessoas terá alguma doença mental ao longo da vida

Segundo a OMS, depressão se tornará, em 2020, a enfermidade mais incapacitante do planeta. Transtornos de ansiedade também estão crescendo

Aline Carletopor Aline Carleto em 29 de agosto de 2019
Uma em cada 10 pessoas terá alguma doença mental ao longo da vida
Segundo a OMS

Da Redação

Ao longo da vida, uma em cada 10 pessoas precisará de cuidados com a saúde mental. Nos últimos 10 anos, os casos de depressão no mundo aumentaram 18%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, até 2020, essa será a doença mais incapacitante do planeta. Outros exemplos de enfermidades ligadas à saúde mental são ansiedade, mal-estar psicológico ou estresse continuado, atraso mental, compulsões e perturbações psicóticas, como a esquizofrenia.

O Brasil é campeão de casos de depressão na América Latina. Quase 6% da população – um total de 11,5 milhões de pessoas – sofrem com a doença, segundo dados da OMS. O número de indivíduos diagnosticados com transtornos de ansiedade também vem crescendo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria, existem pelo menos 12 tipos de patologias relacionadas à ansiedade.

“Há um movimento global de desequilíbrio emocional, vemos pelo número de conflitos, pelo crescimento da intolerância e da competitividade nas relações interpessoais”, afirma o psiquiatra Fábio Aurélio Leite, membro titular da Sociedade Brasileira de Psiquiatria e integrante do corpo clínico do Hospital Santa Lúcia. Segundo o especialista, a estrutura emocional das pessoas não conseguiu acompanhar o rápido desenvolvimento material e intelectual da sociedade.

As patologias emocionais estão aparecendo cada vez mais cedo, o que leva especialistas acreditarem que muitas são construídas ainda na infância. “As doenças mentais refletem muito o ambiente em que as pessoas vivem. Atualmente, as crianças não se sentem acolhidas emocionalmente”, pondera o profissional. Ele acredita ainda que as redes sociais agravam o quadro de ansiedade pois, nesses espaços, os indivíduos estão constantemente buscando a aprovação dos outros.

Segundo a psicóloga Gláucia Flores, da Aliança Instituto de Oncologia, ainda há muito preconceito em relação a doenças emocionais e psíquicas porque elas não são mensuráveis por exames tradicionais. “Elas não são comprovadas por exames como, por exemplo, uma cardiopatia. O diagnóstico e o tratamento dependem de uma relação de confiança entre o paciente e o profissional”, explica.

A ansiedade desencadeia comportamentos de alerta, alguns sintomas que merecem atenção são: sentir medo ou receio em excesso de situações que ainda não aconteceram; apresentar alterações no sono; sofrer com tensões musculares; ter pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos.

Acolhimento

Dependendo da frequência e da intensidade que a pessoa sinta essas alterações, é importante buscar ajuda de um psicoterapeuta para falar abertamente do que sente. Em alguns casos, o psicólogo pode encaminhar o paciente a um psiquiatra. “Precisamos cuidar da mente da mesma forma que cuidamos do corpo”, pontua Gláucia. “Assim como a pessoa vai ao nutricionista para cuidar da alimentação, no cardiologista para cuidar do coração, deve ir ao psicólogo ou terapeuta para cuidar da saúde mental”, conclui a especialista.

A manutenção de uma vida mental saudável inclui a prática de atividades que promovam o bem-estar e o relaxamento. De acordo com a psicóloga Glaúcia Flores, é primordial buscar um tempo para si, para aliviar a mente do desgaste psicológico ao qual está submetida todos os dias. “Meditação e psicoterapia são práticas que podem ajudar a sair de um contexto problemático e buscar o autoconhecimento”, recomenda.

Proposições ao redor do mundo

A disseminação de informação é importante para ajudar a desmistificar as doenças emocionais e psíquicas. Por isso, a OMS divulga, de três em três anos, o Atlas de Saúde Mental. A publicação propõe metas para os próximos anos. O documento da OMS estipula que pelo menos 80% dos países precisam atualizar ou desenvolver políticas e planos de saúde mental baseados em instrumentos de direitos humanos internacionais e regionais. 

No caso das leis sobre saúde mental, a percentagem esperada para 2020 é de 50%. Outro objetivo é que 80% dos países tenham pelo menos dois programas nacionais de saúde mental que sejam funcionais e multissetoriais voltados para a promoção e a prevenção de doenças desse tipo. A OMS também recomenda que 80% dos países passem a coletar e divulgar, a cada dois anos, uma lista de indicadores de saúde mental. 

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