Jorge Borges

O segundo dia do maior evento de imersão tecnológica do mundo que acontece pela primeira vez em Goiânia, movimentou quem passou pelo espaço na quinta-feira (5). Inúmeras palestras, workshops e desafios foram disponibilizados ao público.

Desafios vividos pelas mulheres no mercado tecnológico

Em uma das palestras, a jornalista e empresária, Carol Gilberti, abordou os desafios para se ultrapassar os obstáculos impostos pela tecnologia. “Muito do que eu alinhei foi o que eu venho aprendendo nessa jornada empreendedora e também em relação aos obstáculos que precisamos passar nesse novo mundo da tecnologia.”

Ela falou sobre a questão dos padrões culturais e discriminatórios de gênero ante o mundo tecnológico. “A tecnologia é um meio que ainda assusta muito as pessoas, principalmente o meio das mulheres. Tem-se uma ideia, não sei de onde que ela veio, de que não é uma área para as mulheres estarem inseridas. No Brasil, vivemos um problema sério, não só no geral, em todos os gêneros de desenvolvedores dessa área de tecnologia, são pouquíssimas mulheres que ainda atuam nessa área”, afirmou Gilberti.

Desafio: Agro Startup para comercialização de produtos agropecuários

O desafio lançado para os competidores no ambiente Hackathon, foi a criação de soluções para pequenos agricultores de Goiás. Primeiro foi realizada uma apresentação inicial do tema, posteriormente, feita a formação de equipes com três ou quatro integrantes com diversificados perfis acadêmicos e profissionais de várias áreas da tecnologia, gestores e engenharias, formando equipes equilibradas, com habilidades distintas e posteriormente o desenvolvimento e apresentação de um protótipo tecnológico, com funcionalidade dentro do tema.

Segundo o consultor de Inteligência Artificial da Campus Party Goiânia, Fernando Tomé, a intenção é trazer novas ideias para o segmento. “A proposta é ter mentoria qualificada, orientação, no espaço que essas equipes têm, para que possam dar segmentos aos seus projetos.”

Ele afirmou que a problemática da comercialização é muito recorrente, principalmente para os pequenos produtores e produtores familiares. “Esses produtores têm uma boa produção, mas muitas vezes encontram alguma dificuldade para monetizar esse produto e gerar renda. Então a proposta para essas equipes, é gerar soluções justamente para essa questão”, declara Tomé.

Mundo Fintech é tema de palestra na área das Startups

A terceira palestra abordou a questão das startups Fintech na atualidade. Para quem desconhece o significado o termo, aqui vai uma breve explicação. O conceito serve para denominar empresas financeiras de movimento de capital, unicamente tecnológicas que utilizam dessa ferramenta para fornecer serviços que hoje os bancos tradicionais não conseguem, como o banco virtual Nubank. 

Em sua exposição, o diretor financeiro da FintechEasy Crédito, Egio Arruda Junior, disse que a ideia central do evento era apresentar o cenário desse modelo de empresa no Brasil. “Vou mostrar à vocês o estágio de quando começaram as Fintechs no país, o perfil e geolocalização dessas empresas e as áreas mais exploradas. O foco será nacional, pois a maioria desses empreendimentos se concentram na região Sudeste.”

Júnior ao final da palestra foi questionado pelo público se acredita que as entidades financeiras tradicionais (bancos)podem ser suprimidas pelas empresas financeiras virtuais. 

“Superar é uma palavra muito forte, mas o que posso dizer é que hoje nós já incomodamos bastante os bancos. As grandes Fintechs já provocam calafrios nas operações dessas instituições. Inclusive, nesse momento, diversos bancos fazem um processo de inovação aberta exatamente para tentar trazer as Fintechs para dentro, justamente para tentar fazer aquilo que eles não estão conseguindo fazer”, afirma o diretor.

Mercado de games movimenta o Palco Empreendedorismo

O Palco Empreendedorismo recebeu no início da noite de ontem, o especialista no mercado de desenvolvimento de produtos como softwares, hardwares, mídias e serviços para a indústria do entretenimento, André Faure. Em sua exposição, o palestrante trouxe como tema o mercado de jogos. 

Faure disse que o foco principal do evento, é ensinar as pessoas que querem empreender no mercado dos games, frisando o nicho de mercado presente na região Centro-Oeste e, especificamente, em Goiás. “Nós vamos conversar hoje com as pessoas, sobre estúdios de jogos serem empresas e jogos serem produtos. Vamos explicar o que significa ser um empreendedor no mercado mundial de jogos, focando na questão do valor, do apreço desse ambiente.”

Durante a palestra, Faure passou por todos os estágios de um empreendimento para que segundo ele, “as pessoas se entendam como empreendedoras, se entendam como empresárias de forma geral, mas especificamente, no mercado de jogos”. Sem detalhar, o especialista citou as etapas e a importância de uma pessoa formalizar sua empresa, falando sobre todos os aspectos de empreendedorismo. 

A Campus Party Goiânia, que começou na última quarta-feira (4), acontece até o próximo domingo (8), no Passeio das Águas Shopping. O acesso à área dos estandes de patrocinadores e Startups é gratuito. Para os eventos que acontecem na arena, é exigida credencial do participante ou convidado.