Woodstock goiano em cena
Festival relembra sucessos dos 50 anos de um dos maiores festivais de música alternativa do mundo
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Guilherme Melo
Reviver um dos maiores festivais de música de todos os tempos em Goiânia é a proposta do Woodstock 50 Anos Festival, que ocorre nesta sexta-feira (6), a partir das 18h, no Centro Cultural Martim Cererê. Na programação, cinco bandas e DJs. Ideia é trazer de volta o lendário evento realizado na cidade de Bethel, em Nova York (EUA), no ano de 1969.
Segundo o produtor do evento, Milton Gonçalves, conhecido como Miltinho, um dos objetivos é colocar bandas do Estado no cenário nacional da música. “Goiânia é uma das cidades com maiores produções de música alternativa. O Woodstock destacava isso, em sua essência, então nada mais que justo trazer uma celebração do grande festival para o Estado. E, com isso, divulgar ainda mais o nome de artistas locais”, comenta o produtor.
Além disso, Miltinho comenta que o festival merece uma comemoração especial pelo pensamento que passou para as futuras gerações. “Na época do evento, nos EUA, estava ocorrendo a Guerra do Vietnã. Então imagine o tanto de famílias que perdiam seus filhos, maridos, irmãos e pais. Era um período de muita tristeza! O Woodstock veio com o objetivo de trazer um momento de paz e descontração para a população – além de passar uma mensagem que está viva até hoje”, explica o entusiasta.
Seguindo o pensamento dos hippies, que já estavam em alta em 1969, o tema do Woodstock foi Paz e Amor. Uma mensagem que Miltinho explicar ter sido necessária naquela época, transcendendo. “Com toda a situação, a população buscava um brilho no escuro e um momento de tranquilidade. Então o festival foi bem mais do que um simples evento de música alternativa, foi uma oportunidade de confraternizar e se distrair em meio de tantas notícias ruins”, explica.
Miltinho reforça a ideia de que a mensagem continua atual, até nos dias de hoje, sendo necessária. “Estamos em uma época de muita violência, falta de respeito e de amor ao próximo; precisamos voltar ao ‘paz e amor’ do Woodstock. E a melhor maneira de propagar o amor e a paz, em minha opinião, é pela música: uma linguagem que consegue atingir todos os públicos; com isso, decidimos fazer a Woodstock goiana”, revela.
O evento, que é promovido pelo Goianidades Produções, conta com as apresentações da Banda Woodstock, de mesmo nome do evento, que fará tributo a Jimi Hendrix. Para o vocalista da banda, Hector Grecco, é um grande desafio interpretar os britânicos do The Who. “Todos da banda gostam e se inspiram no cantor, por isso preparamos uma homenagem especial para continuar com o legado dele. É um grande desafio, pois ele é um grande músico que carregou uma legião de fãs, mas vai ser um prazer cantar as obras dele”, revela.
Assim como o festival goiano, Hector explica que a banda sempre se inspirou em Jimi Hendrix e na mensagem positiva que ele passava. “No início, nosso objetivo era tocar os grandes sucessos do Hendrix; gostávamos da ideia de levar o amor ao próximo e uma mensagem positiva. Então escolhemos o nome do festival que consagrou o músico, e, assim nasceu a Banda Woodstock”, lembra.
Festival paz e amor
No início, a ideia principal era promover a criação musical no norte de Nova York, fazendo uma série de shows. Ninguém imaginava que o Festival de Woodstock se tornaria um evento emblemático de uma geração e do movimento hippie, com sua mensagem idealista de paz e amor para romper uma década de violentas manifestações e assassinatos. O pano de fundo era a Guerra do Vietnã.
Isso foi há 50 anos, em agosto de 1969, uma época em que o rock ainda era jovem, em que ter cabelos compridos era um ato de rebeldia e em que as manifestações contra a guerra eram quase diárias. Entre 400 mil e 500 mil pessoas se reuniram, nos campos encharcados, para ouvir as estrelas da época – como Janis Joplin e Jimi Hendrix.
Era uma atmosfera de liberdade e de companheirismo, ilustrada por imagens de jovens caminhando nus, de mãos dadas, dividindo erva ou ácido, ignorando as chuvas torrenciais que castigavam a região dos Catskills, quase 200 quilômetros ao noroeste de Nova York. No line-up, nomes que se tornaram lenda, como Creedence Clearwater Revival, The Who e Crosby, Stills, Nash & Young.
Os produtores – John Roberts, Joel Rosenman, Michael Lang e ArtieKornfeld, todos nos seus 20 anos – rapidamente mudaram os planos diante das filas gigantescas que invadiam as estradas que levavam à fazenda de Bethel. O acesso ao festival se transformaria, então, na imagem do que foi o evento: livre. Logo depois dos primeiros acordes, um temporal caiu sobre o local, transformando o gramado em um campo de lama. Faltava comida. Não se ouvia muita coisa, mas era possível escutar os helicópteros que traziam os músicos.
(Guilherme Melo é estagiário do jornal O HOJE sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)
SERVIÇO
Festival Woodstock 50 anos
Quando: sexta-feira (6) a partir das 18h
Onde: Centro Cultural Martim Cererê (Bezerra de Menezes, Setor Sul – Goiânia)
Mais informações: (62) 3201-4688
(Guilherme Melo é estagiário do jornal O HOJE sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)