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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Evento

Danças urbanas como movimento social

Evento de danças urbanas acontece na Capital de forma independente para dar visibilidade ao estilo

Postado em 7 de setembro de 2019 por Sheyla Sousa
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Especialistas reforçam a importância da gestão e no planejamento dos serviços públicos e arborização. - Foto: Reprodução

Daniell Alves

As danças urbanas são uma forma de movimento social onde os dançarinos expressam seus pensamentos, protestos e defesas. O estilo de dança, pouco conhecido em Goiânia, gera oportunidades de empregos e realizações pessoais para aqueles que desejam viver da arte. No entanto, a pouca visibilidade dada a este segmento interfere no conhecimento e possíveis experiências dos goianos com as danças urbanas, que não contam com apoio do poder público.

Pensando nisso, a organização independente Enjoy Cultura realiza neste fim de semana em Goiânia a 4ª edição da Mostra de Danças Urbanas. A programação promete reunir mais de 800 pessoas durante os dias de evento. O principal objetivo da iniciativa é promover a visibilidade para a dança e promover a troca de experiências entre os participantes.

Nesta edição, há dançarinos reconhecidos no Brasil e exterior como Nenê, Emanu, Taysa Copelli, Aline Sugai, Filipi Ursão, Hudson Olivier, Wes Ferreira, Jéssika Gomes e Fran Manson.

Segundo o idealizador do projeto, Fabrício Rezio, a Capital é um polo forte para as danças urbanas, mas ainda é pouco conhecida pelos goianos. “Grandes companhias de dança daqui vão para eventos no Brasil inteiro e são premiadas. Esse evento é uma forma de gerar visibilidade para as danças e possibilitar a troca de experiências entre os participantes. Estamos sempre trazendo professores em destaques do país para que as pessoas aprendam e vejam o que povo goiano tem feito neste ramo”, explica.

Estilos

A Mostra promove um encontro entre pessoas de diversas regiões do país. “A programação é ampla e plural com estilos de dança como breakdance, hip-hop, dancehall e vogue”, explica Fabrício. “Quando pensamos na origem da dança urbana, precisamos entender a origem social daquele grupo. Hoje, temos uma dança mais pluralizada, onde homens e mulheres podem definir o que eles querem fazer”, afirma.

Conforme explica, os movimentos sociais geram a dança e esta, por sua vez, também recebe influência de alguém. São pessoas utilizando os movimentos corporais para manifestarem seus desejos, pensamentos e/ou reivindicações.

De acordo com o idealizador, a mostra se tornou um marco na cultura do Estado e, ao longo dos últimos quatro anos, tem cumprido um papel social na formação de novos bailarinos e aberto espaço para uma arte em grande ascensão. “Não tivemos, neste ano, apoio do poder público. O que é ruim porque esse evento promove um intercâmbio cultural entre o público goiano e os artistas nacionais e também cria oportunidades para que qualquer pessoa que se interesse por danças urbanas possa participar.”

Oficinas

A professora de danças urbanas, Jessika Gomes, vai ministrar uma oficina durante a Mostra. O curso gira em torno das técnicas corporais e conhecimento da consciência física e mental. “A fomentação da dança urbana na Capital forma novos bailarinos e dá qualificação para os artistas. Evoluir as cenas de dança urbana promove muitas oportunidades aos dançarinos, mas ainda precisa ter mais abrangência”, afirma a professora.

Segundo ela, depois de conhecer a dança urbana, a sua identidade aflorou positivamente. “Nos permite compreender o nosso próprio ‘eu’. A função social da dança é muito importante porque, mesmo aquelas pessoas que vivem em regiões periféricas, vão conseguir ter empregos e se formar em um ensino superior. Além disso, os dançarinos começam a acreditar em seus sonhos, ocupando espaços que antes não eram possíveis”, completa.

Visibilidade

A dançarina Ludmilla Araújo, de 20 anos, conta que vai participar de toda a programação da Mostra. Após ter uma experiência com o street dance – um dos segmentos da dança urbana – nunca mais parou.

“O evento é importante principalmente pelo fato de ser um evento que traz diversos professores de lugares diferentes do país. Possibilita aos artistas locais terem contato com profissionais qualificados e traz uma visibilidade para as danças urbanas – uma categoria que ainda é estigmatizada”, afirma ela.

Premiações

Os participantes serão premiados da seguinte forma: nas batalhas de hip-hop, house e dancehall o primeiro lugar ganha R$ 500. Já na mostra competitiva, o melhor grupo recebe o valor de R$ 2 mil, o melhor coreógrafo ganha R$ 600 e os dois melhores bailarinos, sendo um homem e uma mulher, vão ganhar R$ 400 cada.

Confira a programação

No sábado acontece a mostra Inócua, no Teatro Sesi, a partir das 19 horas. O evento segue até domingo (8) com uma programação inédita composta por espetáculos, batalhas de dança, aulas, mesas redondas e mostra não competitiva.

Durante estes dois dias, o público poderá participar de aulas de danças urbanas, que acontecerão na Vila Cultura Cora Coralina. Ao total serão oferecidas nove modalidades. Os ingressos para os espetáculos custam R$ 10 e as aulas dos Workshop saem por R$ 50 cada aula, ambos podem ser adquiridos pelo site www.enjoycultura.eventbrite.com.br e na sede da Vibe 62 Urban Studio, na Avenida Orestes Ribeiro, n.º 60, setor Bueno. As entradas para as mostras também serão oferecidas na portaria do teatro.

Para a conexão entre os artistas, uma grande festa movimenta a cidade no sábado, com batalha de dancehall e uma miniball elements, cuja modalidade principal será o Vogue, no espaço Somos Vivência em Arte, na rua T-35, n° 2179, setor Bueno. Domingo serão realizadas as batalhas de Hip Hop e House, na Vila Cultural Cota Coralina. 

Escola em Goiânia promove a capacitação de dançarinos de rua 

Fabrício também é dono de uma escola de danças na Capital, a Vibe 62 – Urban Studio. Fundada em 2016, a escola tem o objetivo de ampliar a capacitação dos alunos e promover maior integração entre os dançarinos. Os alunos podem fazer diferentes tipos de dança no mesmo dia, o que estimula ainda mais o processo de crescimento. “A dança tem uma comunicação entre estilos, é complicado escolher só um sendo que um foi desenvolvido a partir de outro”, afirma.

Ele reconhece a dança como de extrema importância para crescimento pessoal e profissional. “A relevância da dança é muito evidente quando entramos na sala de aula. As pessoas estão ali por diversos motivos: seja porque amam a dança, porque almejam ser profissionais ou talvez só queiram extravasar. A dança urbana é uma terapia e uma ideologia do corpo que se movimenta”, afirma ele. Por meio dela, as pessoas podem trabalhar, formar grupos e realizar sonhos. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)  

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