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sábado, 23 de novembro de 2024
Alta temperatura

Calor altera rotina de trabalhadores

Funcionários de empresas da construção civil precisam mudar rotina para não sofrerem com o calor intenso e baixa umidade na Capital – Foto: Wesley Costa

Postado em 11 de setembro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Calor altera rotina de trabalhadores
Funcionários de empresas da construção civil precisam mudar rotina para não sofrerem com o calor intenso e baixa umidade na Capital - Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

A forte onda de calor que atinge os goianienses exige cuidados e adoção de hábitos para reduzir os danos do clima infernal à saúde. Trabalhadores da construção civil, por exemplo, já tiveram que alterar a rotina para não sofrerem sob o castigo da combinação de calor intenso e baixa umidade. A atividade na construção civil demanda esforço físico e pode causar desidratação sob a exposição excessiva ao sol sem os devidos cuidados.

Algumas empresas reduziram o tempo de exposição ao sol de seus funcionários e promovem palestras sobre a necessidade de beber água e se hidratar constantemente. Equipamentos de proteção também são fornecidos por algumas empresas da construção civil. Filtro solar, roupas de manga longa e touca árabe são alguns acessórios imprescindíveis para redução dos danos causados pelo sol.

O clima fez com que uma empresa de construção civil da Capital que possui um dos prédios sendo edificado no Setor Marista mudasse a rotina dos trabalhadores que executam a obra sob o sol quente. Além de fornecerem o equipamento de proteção solar, a empresa oferece palestras sobre a importância da hidratação, sobretudo no tempo da estiagem.

Os funcionários são munidos de camisas manga longa, touca árabe e filtro solar. Eles são orientados a renovarem o uso do produto na pele em intervalos regulares de tempo. Além disso, os trabalhadores também são orientados a revezar os turnos na parte mais quente da obra, o terraço. O mestre de obras Deucimar Ruela afirma que a diminuição do ritmo da obra no período da estiagem é inevitável.

“É nítido a percepção de que o andamento da construção diminui na época desse calor, principalmente na concretagem. O trabalho com o concreto já é quente, com o sol na cabeça então, a temperatura fica muito alta”. Ele ainda afirma que o revezamento de turnos é muito importante para não sobrecarregar o trabalhador, porque o esforço físico sob o sol quente e tempo seco faz o corpo desidratar muito rápido.

“Ninguém aguenta ficar fazendo esforço nesse sol quente. O trabalho de construção é pesado, demanda esforço físico. Se o trabalhador ficar sobrecarregado, não rende no outro dia, pode adoecer e isso é muito ruim para empresa e não é correto com o funcionário”, afirma o mestre de obras.

Trabalho nas alturas

O edifício completo terá 35 andares. Atualmente, é a laje do terceiro andar que está sendo construída. Restam mais 33 pavimentos. O trabalho de quem fica no último andar para concretar a laje é o mais pesado porque a exposição ao sol é constante. Todos eles têm que estar munidos de cintos de segurança para evitar acidentes nas alturas.

Os trabalhadores também são obrigados a usar capacetes e roupas que cobrem o corpo para se protegerem dos raios solares. Os garrafões térmicos que carregados para a cobertura têm que ser mantidos sempre cheios e com água gelada. Lorisvaldo Pereira da Silva é um dos homens que, sob o comando de Deucimar, pega forte no batente para levantar o edifício o mais rápido possível.

Ele afirma que a partir das 14 horas, eles começam a fazer o rodízio de turnos do trabalho da laje. “A gente foi orientado a beber bastante água para não desidratar nesse calorão. O garrafão aqui nunca fica vazio. Toda hora tem que ir um lá embaixo encher com água gelada”. O operário ainda afirma que nos andares inferiores a sombra e o concreto diminuem muito a temperatura, mas ainda assim é quente para trabalhar.

Água toda hora

“Nós aprendemos na palestra oferecida pela empresa que beber água é muito importante para quem está trabalhando sob o sol quente. É bom para hidratação e para prevenção de problemas nos rins e na coluna. Com o tempo seco, o suor evapora muito rápido e a gente não percebe quanta água o corpo vai perdendo com o tempo”, explica o funcionário com a testa suada sob o sol quente da construção.

Segundo o funcionário, a pior hora do dia para trabalhar no nível superior do prédio é depois do almoço, por volta das 13 horas. “A gente almoça meio dia e faz o descanso de uma hora. Quando voltamos para o batente é a hora mais quente do dia. Parece que está tudo fervendo. E mesmo aqui em cima, nas alturas, o vento que bate é esse que você está sentindo. Um bafão quente que faz é esquentar mais”, explica.

O pedreiro sorri quando lembra do alívio que é o fim do turno, quando tira o macacão e se refresca com um banho gelado. “A melhor parte do dia é quando acaba o trabalho, a gente pendura esse macacão calorento e vai para o chuveiro gelado para refrescar. Essa é a hora que o corpo descansa do calor. Depois é só refrescar mais com o vento da moto até a gente chegar em casa para o descanso merecido”.

 

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